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Nanquim – As ilustrações de Celestino Mudaulane em “Wazi”, de Rogério Manjate

O Nanquim é uma técnica antiga, que se originou na China, na região da cidade de Nanjing, que já foi a capital chinesa. Essa tinta também foi muito utilizada na Índia, mas ganhou popularidade pelo seu uso no Japão. O nanquim é um material muito usado para a escrita, a pintura e também para o desenho.

Documentos de cerca de 2 mil a. C. comprovam que, na China, o nanquim já era utilizado em manuscritos. Geralmente, a tinta era utilizada em papel, pergaminho ou telas de seda, com pincéis e canetas de bambu (o que originou artes tradicionais como a Caligrafia e o Sumiê). Na Europa, o nanquim era utilizado com canetas bico-de-pena, que, no início, eram feitas de penas de corvos com a extremidade apontada; depois, evoluiu para penas de aço e canetas recarregáveis.

Por muito tempo, o nanquim foi obtido a partir da tinta preta liberada por moluscos marinhos da família dos octópodes. Atualmente, as tintas são fabricadas a partir de uma combinação de cânfora, gelatina e um pó de cor escura conhecido como pó de sapato (fuligem ou negro de fumo), muito usado na pigmentação de outros produtos de cor negra. Ele é uma das variedades mais puras de carvão.

O nanquim é uma tinta que dá ao artista a possibilidade de criar texturas lineares e dar um aspecto detalhista às obras. A tinta tem uma cor saturada e intensa, dando nitidez e clareza aos desenhos.

Citar como:
MANJATE, Rogério. Wazi. Ilustrações de Celestino Mudaulane. São Paulo: Kapulana, 2017 [Contos de Moçambique, v. 6].