A série “Vozes da África” nasceu de um projeto da Editora Kapulana para divulgar a Literatura Africana no Brasil. Com esse propósito, a fundadora da editora brasileira, que é doutora em Literatura e teve experiência como docente em Moçambique, passou a coordenar, a partir de 2015, a publicação de livros de origem africana. A série é composta por obras de ficção em prosa e poesia, dedicadas a crianças e a adultos.
Ungulani Ba Ka Khosa tem mais dois livros publicados pela Kapulana no Brasil: O rei mocho, da série Contos de Moçambique, e Orgia dos loucos, contos.
Ualalapi, um dos livros da obra Gungunhana, está classificado como um dos 100 melhores romances africanos do século XX. Ungulani Ba Ka Khosa, o autor, é um dos mais renomados escritores de literatura africana, sendo reconhecido internacionalmente. Sua obra é vasta e um dos destaques é Orgia dos loucos, publicado pela Editora Kapulana.
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“Em Ualalapi e As mulheres do Imperador conectamo-nos com o melhor que um discurso narrativo pode oferecer. O recurso às histórias de uma figura tão controversa como Ngungunhane, com emprego de modalidades técnico-narrativas, como as belíssimas anacronias, faz da obra de Ungulani algo além da superfície, real e fictícia. Por isso, enquanto lemos, levitamos na adrenalina dessas peripécias catárticas que até hoje nos envolvem, a nós, cidadãos de um mundo por reconstruir.” [José dos Remédios, O país, Moçambique]
“[Ungulani] afirmou que partindo desta história das ‘Mulheres de Gungunhana’, presta tributo a todas as mulheres moçambicanas e do mundo, muitas vezes relegadas ao plano secundário na História mundial.” [Jornal Notícias Online, Moçambique]
“Numa escrita veloz, por vezes bastante violenta e crua, perpassada de aforismos (sobretudo nos diálogos sábios e na voz das mulheres), Ba Ka Khosa intertextualizou fragmentos de documentação histórica coeva (relatórios dos governadores da província de Moçambique, livros de memórias, discursos oficiais) com uma narrativa ficcional que procura o suporte na tradição oral […].” [Jornal Público, Portugal]
“As Mulheres do Imperador, uma novela com pouco menos de cem páginas, é um tributo ao papel das mulheres na História, neste caso as favoritas da corte do imperador, ‘sempre secundarizadas pela História’. Mas, na verdade, as mulheres já estavam bem presentes em Ualalapi, até porque é quase sempre a partir da perspectiva do outro que o autor constrói aos nossos olhos a figura do mítico imperador.” [Jornal Postal, Portugal ]
“[…] Ualalapi é um bom exemplo desse desassossego que marca o itinerário do autor em sua circulação pelos gêneros literários e em seu compromisso com os modos de ler a História enfrentando com energia os perigos de sua petrificação.” [Rita Chaves – USP – Brasil]
“Essa cartografia do olhar, da memória e da imaginação traz lembranças que escrevem uma história no feminino, uma história que dá voz às mulheres de Ngungunhane, até então esquecidas sob a poeira dos tempos. O romance As Mulheres do Imperador comprova que, mesmo em um universo predominantemente masculino, essas mulheres conseguiram desvelar outras versões possíveis da história.” [Carmen Lucia Tindó Secco – UFRJ – Brasil]