Publicado em

Editora Kapulana promove exposição na Semana da África no Bar Disritmia

A Editora Kapulana promove, no Bar Disritmia, em São Paulo, a Mostra “O regresso do morto”, em comemoração à Semana da África. 

Entre os dias 25/05 e 04/06/2016, a Editora Kapulana apresenta a Mostra “O regresso do morto, com as ilustrações de Mariana Fujisawa para o livro de contos O regresso do morto, do moçambicano Suleiman Cassamo.

A Mostra é composta pelas gravuras  de Mariana Fujisawa, expostas em várias paredes do bar, acompanhadas de letterings criados pela ilustradora da editora, Amanda de Azevedo, reproduzindo trechos da obra e nomes de personagens femininas. No andar superior, há um espaço especial para os livros da editora, da série “Vozes da África”. O bar foi decorado com capulanas originárias da África, que são tecidos utilizados principalmente como peças de vestuário e ornamentação.

O Bar Disritmia fica à Rua Melo Alves, 74, próximo das avenidas Rebouças, Consolação e Paulista, na capital de São Paulo. O lugar tem samba ao vivo às sextas e aos sábados à noite. No horário de almoço, conta com cardápio com raízes brasileiras. Aos sábados, há feijoadas tradicional e vegana e caipirinha de limão à vontade, por um valor único.

A Editora Kapulana agradece à equipe do Bar Disritmia por tornar possível a divulgação da cultura africana.

São Paulo, 30 de maio de 2016.

Saiba mais e veja as fotos: 

https://www.kapulana.com.br/?p=5734


 

Publicado em

Editora Kapulana participa da 29ª Feira de Artes da Vila Pompeia

A Editora Kapulana esteve presente, em 15 de maio de 2016, na 29ª Feira de Artes da Vila Pompeia, na capital de São Paulo

A tradicional Feira de Artes da Vila Pompéia aconteceu no bairro da Pompeia, zona Oeste da cidade de São Paulo, no quadrilátero compreendido entre as ruas Ministro Ferreira Alves, Tucuna, Padre Chico e Xerentes, das 9h às 19h, de 15 de maio de 2016. O tema desse ano foi “Faça amor, não faça guerra”.

A Feira de Artes da Vila Pompéia não é só uma feira comercial. Tem, principalmente, o caráter de divulgação cultural e, em seu espaço, estão presentes uma grande variedade de trabalhos de artistas plásticos, artesãos, estilistas, fotógrafos, designers, escritores, poetas e muitos outros, além dos setores de alimentação, com diversas opções de sabores.

A Editora Kapulana marcou sua presença com uma banca de livros localizada à Rua Caraíbas. Os frequentadores da feira puderam adquirir seus livros com descontos, além de terem a oportunidade de se informar melhor sobre o perfil e as atividades da editora.

A feira é anual e faz parte do calendário de eventos do município e do governo do Estado de São Paulo. É, também, uma das maiores referências de feiras culturais de rua do Brasil.

São Paulo, 17 de maio de 2016.

Veja as fotos:

https://www.kapulana.com.br/?p=5629


 

Publicado em

Dia da África: 25 de maio

No dia 25 de maio de 1963, chefes de estado africanos, com ideias contrárias ao regime a que o continente estava submetido durante muitos séculos, reuniram-se na Etiópia, com o objetivo definir ações para a libertação da África do colonialismo e promover a emancipação dos povos africanos. Dessa reunião, nasceu a Organização da Unidade Africana (OUA).

 Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 25 de maio como o DIA DA ÁFRICA OU DIA DA LIBERTAÇÃO DA ÁFRICA, também chamado de DIA INTERNACIONAL DA ÁFRICA. Em julho de 2002, a Organização de Unidade Africana (OUA) deu lugar à União Africana (UA). Porém, o DIA DA ÁFRICA permaneceu o mesmo, por ter sido a data em que se deu o passo inicial para a afirmação da cultura africana.

Este dia representa um profundo sentido da memória coletiva dos povos do continente africano e demonstra a verdadeira luta contra o colonialismo e a favor da soberania dos Estados Africanos.

Além da migração histórica dos povos africanos para o Brasil, há algumas décadas se desenvolve um intercâmbio cultural intenso entre estudantes brasileiros e africanos.  Na semana do Dia da África, as instituições de ensino e cultura também celebram a cooperação entre os povos.

A Editora Kapulana sente-se honrada em trazer para o Brasil um pouco da cultura africana por meio das obras de escritores consagrados e também de jovens escritores da nova geração, particularmente dos países africanos de língua portuguesa.

Para saber mais, acesse:

http://www.usp.br/aun/exibir?id=5117

http://ifch.ufpa.br/index.php/noticias/2334-2015-05-21-13-35-36

http://tchogue.blogspot.com.br/2015/05/o-dia-internacional-da-africa-o-berco.html

Publicado em

Mariana Fujisawa, ilustradora do livro “O regresso do morto”, participa de entrevista para o programa Entretexto, da Rádio Justiça.

Mariana Fujisawa, ilustradora da Editora Kapulana, concedeu entrevista sobre o livro O regresso do morto, do moçambicano Suleiman Cassamo

A ilustradora Mariana Fujisawa participou do programa Entretexto, da Rádio Justiça, em 07 de abril de 2016, quando concedeu entrevista sobre as ilustrações que fez para a recente edição brasileira (2016) de O regresso do morto, de Suleiman Cassamo.

O programa foi conduzido pela jornalista Ana Paula Ergang. Na ocasião, Fujisawa explicou como desenvolveu seu processo de ilustração, desde o seu relacionamento com a editora até a fase da criação artística das ilustrações que enriquecem a obra do premiado escritor moçambicano.

A artista Mariana Fujisawa é estudante de Letras na Universidade de São Paulo (USP) e estudiosa de literaturas africanas de língua portuguesa, onde se insere o livro de contos O regresso do morto, que reflete um quadro de contradições sociais e culturais vividas pelo povo de Moçambique, em particular as mulheres.

São Paulo, 10 de maio de 2016.

Saiba mais sobre a ilustradora: https://www.kapulana.com.br/mariana-fujisawa/

Acompanhe a entrevista em: https://www.youtube.com/watch?v=GP9ubDe2v1U


 

Publicado em

Desenho digital – Ilustrações de Mauro Manhiça em “As armadilhas da floresta”, de Hélder Faife.

O desenho digital é uma técnica de ilustração utilizada por artistas para a criação de seus desenhos no computador. O ilustrador tem acesso a uma tela virtual e a ferramentas digitais, como pincéis que simulam diversos tipos de texturas de tintas como óleo, aquarela e acrílica. Além disso, alguns instrumentos, somente presentes no computador, possibilitam efeitos diferentes dos desenhos tradicionais feitos à mão, como o “conta-gotas” e ferramentas que possibilitam alterar nitidez, brilho e contraste. É uma técnica muito prática para os momentos de criação.

Em 1972, surgiu o software SuperPaint, marco importante para a evolução da técnica de desenho digital, pois foi o primeiro programa capaz de criar traços mais limpos, eliminando o serrilhamento, que é produzido quando se cria uma linha inclinada no computador. Por ser bastante versátil, o desenho digital passou a ser utilizado em diversas áreas da comunicação e das artes, como publicidade, jogos virtuais e ilustração de livros e revistas.

Uma das vantagens do desenho digital é poder corrigir um erro, acrescentar ou alterar algum traço durante qualquer etapa do processo artístico. Além disso, a variedade de texturas e ferramentas disponíveis provocou o surgimento de novas combinações de materiais e diferentes estilos de trabalho.

O desenho digital não substitui o tradicional desenho feito à mão. Trata-se de uma técnica inovadora de ilustração que convive com a prática do desenho feito à mão. Em ambos os casos, o valor do artista é o que garante a beleza e a qualidade da obra.

Citar como:

FAIFE, Hélder. As armadilhas da floresta. Ilustrações de Mauro Manhiça. São Paulo: Kapulana, 2016. (Série Contos de Moçambique – v. 2)

Publicado em

Prof. Dr. Francisco Maciel Silveira, autor do livro O caso de Pedro e Inês: Inês(quecível) até o fim do mundo, participa de entrevista para Univesp 

Prof. Dr. Francisco Maciel Silveira, escritor da Editora Kapulana, participa de entrevista sobre o livro Viagens na minha terra, de João Baptista de Almeida Garret

Em entrevista para a Univesp, Prof. Dr. Francisco Maciel Silveira, professor de Literatura Portuguesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), falou sobre o livro Viagens na minha terra, de João Baptista de Almeida Garret, em 25 de abril de 2016. 

O programa foi conduzido pelo jornalista Ederson Granetto e tratou de assuntos sobre o livro de João Baptista de Almeida Garret, Viagens na minha terra, considerado introdutor do romantismo em Portugal na década de 1820. 

Prof. Dr. Maciel é autor do livro O caso de Pedro e Inês: Inês(quecível) até o fim do mundopublicado pela Editora Kapulana em 2015, que conta a história de Pedro e Inês através da literatura de cordel. 

São Paulo, 5 de maio de 2016.

Assista ao vídeo do programa em: https://www.youtube.com/watch

Saiba mais sobre o autor: https://www.kapulana.com.br/francisco-maciel-silveira/

Saiba mais sobre o livro O caso de Pedro e Inês: Inês(quecível) até o fim do mundo
https://www.kapulana.com.br/produto/o-caso-de-pedro-e-ines-inesquecivel-ate-o-fim-do-mundo/


 

Publicado em

Editora Kapulana lança o segundo volume de Contos de Moçambique: As armadilhas da floresta!

A Editora Kapulana tem como lançamento do mês de maio o livro infantil africano As armadilhas da floresta. Esse é o segundo volume da série “Contos de Moçambique”.

Trata-se de um projeto da editora brasileira em conjunto com a Escola Portuguesa de Moçambique, cujo objetivo é lançar no Brasil dez volumes de histórias da tradição oral da África.

As armadilhas da floresta, que vem fazer companhia ao  O rei mocho (v. 1) de Ungulani Ba Ka Khosa, tem texto de Hélder Faife e ilustrações de Mauro Manhiça, ambos moçambicanos.

O escritor Hélder Faife cativa o leitor ao contar essa intrigante história em que homem e o leão disputam a liderança na floresta. Cada um faz uso de artimanhas para vencer o outro até que a disputa é solucionada, de maneira inesperada, com a participação de outro animal, o rato!

O artista Mauro Manhiça dá mais vida às personagens em cenário exuberante da floresta. Com cores vibrantes, por meio da técnica do desenho digital, expressões emocionadas e movimentos surpreendentes de animais da terra, do ar e da água são recriados por ele. 

A Editora Kapulana tem a honra de oferecer ao leitor brasileiro mais uma obra de qualidade da literatura de moçambicana. Outros oito volumes de “Contos de Moçambique” chegarão às estantes do Brasil em 2016 e 2017. Aguardem!

São Paulo, 01 de maio de 2016.

Saiba mais sobre o livro: https://www.kapulana.com.br/produto/as-armadilhas-da-floresta/

Saiba mais sobre o autor: https://www.kapulana.com.br/helder-faife/

Saiba mais sobre o ilustrador: https://www.kapulana.com.br/mauro-manhica/


 

Publicado em

Outras Coisas: o vitimário das personagens, por José dos Remédios

Antes vale um fim trágico do que uma tragédia sem fim.
(Karl Marx)

A narrativa literária, de facto, é um exercício fictício com características particulares. Clemente Bata, na qualidade de autor que também urde histórias com a mestria da pena, não foge a essas diferenciações que concorrem para mantermos os contornos filosóficos da literatura bem elevados. Não foge e tão-pouco se esconde, afinal, neste universo, a exposição em livro é incontornável na sedimentação do ofício que ganha voz no olhar iluminado dos leitores. No entanto, ao mesmo tempo que a ficção resultante da narrativa deserta do plano empírico para se tornar naquilo que a compete, um sopro ou uma asa, no caso de Bata, a escrita vai-se tornando quase tangível de tanto aproximar-se ao plano social, no qual o poder da criação ganha altitude.

Como já nos habituou em “Retratos do instante”, seu livro de estreia, na nova colectânea de contos intitulada “Outras coisas”, Clemente Bata vem com histórias simples, todavia, ocultando nas entrelinhas conotações importantes para os que se esmeram em conhecer não necessariamente Moçambique mas os moçambicanos, com os se medos, êxitos e fracassos. Tal cenário incorpora-se nas histórias através de um retrato aparentemente bem ponderado, sobretudo se cruzarmos os traços relativos aos protagonistas e antagonistas dos contos curtos, à medida do cânone moçambicano, a afirmar-se em cada livro lançado.

Através das personagens, ou melhor, da “vitimização” feita àquelas entidades textuais, Bata dá-nos a conhecer comportamentos e personalidades dos habitantes de um país que (só) valoriza a liberdade quando corre risco de a perder: a liberdade de pensamento, de escolha e de defender os seus interesses. Este é o cenário que se configura, por exemplo, no conto inaugural, “Marozana”, a opor Guedjo, dono de uma vaca, e Xpera-Pôko, antigo milícia a representar as autoridades de um tempo que só a outra luta conseguiu derrubar. Guedjo é um personagem pacato, entretanto, inconformado com a injustiça sofrida, apenas cala-se com o tossir de uma espingarda, já morto, quando pretendia recuperar o que lhe era de direito. O mesmo cenário da “vitimização” acontece com Jubileu das Dores, no segundo conto da obra. Ao longo da história, a descrição do discurso no narrador veste-lhe com uma personalidade pacífica, de tal modo que o personagem é enganado por um enfermeiro até acreditar, durante 9 anos, que tinha HIV, quando, afinal, tudo tratava-se de um truque para Djabo esgotar-se nos calores de Eila, sua esposa. Nos dois contos há uma passividade dos protagonistas aproveitada por traquinas, libertando danos colaterais no enredo.

Ainda na mesma sequência, o conto “Embrulho” continua com o traço vitimário dos dois primeiros. No caso, envolvendo Marieta, uma empregada doméstica que, por não ter o que comer em casa, rouba no serviço duas postas de peixe carapau, três batatas e uma cebola. Porém, sem que disso se apercebesse, o embrulho com os produtos some e com isso o relato do narrador faz dela uma vítima dos seus actos, em parte, mas sobretudo da fome, quase que na mesma proporção que Rindza, uma personagem de “O outro lado do mar”, usada pelo marido para enganar homens em troca de dinheiro. Em várias histórias de “Outras coisas”, as personagens aparecem ou como vítimas dos seus actos ou por imposição de quem tem poder para o efeito.

Neste retrato persistente às personagens, Bata questiona os relacionamentos sociais e problematiza os limites da convivência num contexto em que, às vezes, as personagens, como calha com as pessoas, disputam os mesmos interesses. Do mesmo modo, “Outras coisas” afirma-se como um livro interventivo no sentido em que espalha a reflexão do velho Marx: antes um fim trágico do que uma tragédia sem fim. As personagens deste livro parecem muito atentas a isso…

José dos Remédios

Maputo, 01 de junho de 2016.

In: O país.  Moçambique. 01 jun 2016, 18:45.

http://opais.sapo.mz/index.php/opiniao/160-jose-dos-remedios/41015–outras-coisas-o-vitimario-das-personagens-.html

Saiba mais sobre o livro: https://www.kapulana.com.br/produto/outras-coisas-contos/

Publicado em

Os retratos sociais e a alegoria dos nomes em “Outras coisas”, de Clemente Bata, por Aurélio Cuna

Se os títulos das obras funcionam como chaves de leitura, Outras Coisas, título do segundo livro do jovem contista Clemente Bata, parece-me avesso a essa função. Primeiro, a ambiguidade que caracteriza o substantivo “coisa”: coisa é tudo o que existe ou pode existir real ou abstratamente, é facto, circunstância, condição, assunto, mistério. Ou ainda: assuntos vários (que não se mencionam), ou seja, coisas e loisas. Segundo, o pronome indefinido “Outras” que nos remete ao diferente, ao diverso, potencia esse campo de indefinição enunciado pelo termo “coisas”. Portanto, ao invés de iluminar o caminho da leitura, o presente título conduziu-me a questionamentos: de que coisas se trata? matéria para ‘outras’? Ou seja, que sentido(s) se projecta(m) no título, enfim, na obra? A resposta a estas questões reside no facto de o quotidiano dos africanos se firmar como uma ficção inesgotável, segundo refere Francisco Noa, em texto de apresentação do livro de estreia de Clemente Bata, em 2010. E isso não é casual. Decorre da inserção e percurso de Clemente Bata na literatura moçambicana.

O autor inicia a sua actividade literária nos finais da década de 80, fase áurea da literatura nacional, produzida no período pós independência. De realçar que foi em 1982 que se fundou a AEMO (Associação dos Escritores Moçambicanos), agremiação cujo compromisso é promover a actividade literária, através da realização de tertúlias, prémios, edições e publicações, produção de revistas literárias, como são os casos de Charrua, Forja, Lua Nova, Oásis, entre outras actividades. No que concerne à publicação, destacam-se os trabalhos de Mia Couto, Ungulani Ba Ka Khosa, Aldino Muianga, Isaac Zita, Juvenal Bucuane, Aníbal Aleluia, Lília Momplé, Eduardo White. Assistiu-se, portanto, a uma verdadeira efervescência literária que, apadrinhada por escritores e poetas já consagrados como Luís Bernardo Honwana, Orlando Mendes, José Craveirinha, Rui Nogar, entre outros, mobilizou e influenciou a juventude da época. Trata-se de uma camada de jovens que herdou dos autores mais experientes, entre outros aspectos, o culto da temática virada para o real circundante, com maior incidência para a crítica social. São, pois, histórias do dia a dia dos moçambicanos que compõem a presente obra. Com efeito, Clemente explora os espaços rural, urbano e suburbano, cotejando sobretudo os conflitos típicos das relações humanas, com particular enfoque para as questões da transgressão da ordem seguida da consequente punição. Por exemplo, em “Jubileu das Dores”, relata-se o desalento de Jubileu das Dores, depois da falsa revelação de que era portador do vírus causador de SIDA. Sofrimento que terminaria, nove anos depois, quando ficou esclarecido que tudo não passava de um plano doloso do enfermeiro Djabo, que, por práticas indecentes fora suspenso do serviço. No conto “Marozana”, a morte foi o castigo máximo para Xpera-Pôko, responsável pelo roubo de uma cabeça de vaca e assassinato do respectivo proprietário, Guedjo. Em “Um corpo no vale S”, Tiro-e-Queda, na companhia dos comparsas que pretendiam assaltar os transeuntes, morre ao tentar fingir que está em estado de coma.

Observador atento da realidade em sua volta, Clemente confirma, nesta obra, a sua vocação de contista. Com efeito, em curtas histórias, o autor narra as mais complexas situações do seu meio, desde o amor, o crime, os linchamentos populares, o alcoolismo, o drama dos empregados domésticos, as brigas conjugais associadas aos telefones celulares, os sequestros, a violência doméstica, até aos excessos dos servidores públicos.

Para terminar, confesso que ler Outras Coisas é experimentar o prazer e privilégio, pouco comuns nos nossos dias, de tomar contacto com uma escrita de elevado grau de fineza, quer do ponto de vista estético, quer no que toca ao rigor na linguagem. Legitima, portanto, a função pedagógica da literatura.

Aurélio Cuna

Maputo, 26 de janeiro de 2016.

Citar como:

CUNA, Aurélio. “Os retratos sociais e a alegoria dos nomes em Outras coisas, de Clemente Bata”. Prefácio in: BATA, Clemente. Outras coisas, contos. Ilustrações de Brunna Mancuso. São Paulo: Kapulana, 2016. (Série Vozes da África). http://18.231.27.148/os-retratos-sociais-e-a-alegoria-dos-nomes-em-outras-coisas-de-clemente-bata/

Publicado em

MAURO MANHIÇA

MAURO LEONEL MANHIÇA nasceu em 1980, em Maputo, Moçambique.

Tem formação superior em Ciências da Comunicação e, além de fazer muitas ilustrações para campanhas publicitárias, fez vários trabalhos para livros infantis de contos, HQs e outros projetos editoriais como manuais escolares e cartoon para jornais.

É publicitário e artista plástico há mais de treze anos. Passou pelas principais agências publicitárias de Moçambique, como a Ogilvy, DDB e YoungNetwork, onde desenvolveu e aprimorou sua arte.

Regularmente, faz ilustrações para vários projetos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), onde é consultor externo para as áreas de comunicação.

Mauro Manhiça é também escritor. Seu livro de estreia, Cheio de Tão Vazio, uma coletânea de poemas, foi lançado em 2015, em Maputo, Moçambique.

 

OBRAS DA KAPULANA

As armadilhas da floresta, de Hélder Faife. Contos de Moçambique v. 2, 2016.

 

OUTRAS OBRAS/ OUTRAS PUBLICAÇÕES

  • Cheio de tão vazio – poemas, 2015 (autor).
Publicado em

HÉLDER FAIFE

HÉLDER RAFAEL FAIFE nasceu em setembro de 1974, em Maputo, atual capital de Moçambique. Publicitário por formação desde 1994, estudou Arquitetura e Planejamento Físico na Universidade Eduardo Mondlane, também em Maputo, Moçambique. É artista plástico e membro da Associação dos Escritores Moçambicanos.

OBRAS DA KAPULANA

As armadilhas da floresta, Contos de Moçambique, v. 2, 2016.

OUTRAS PUBLICAÇÕES

  • Contos de fuga, 2010.
  • Poemas em sacos vazios que ficam de pé, 2010.
  • Pandza, Crónicas, 2011.
  • As armadilhas da floresta. Maputo: Escola Portuguesa de Moçambique; Barcelona: Fundació Contos pel Món, 2014.
  • Desdenhos, 2017.

PRÊMIOS, CONCURSOS OU OUTRAS PARTICIPAÇÕES

  • Prémio Literário TDM 2010 – categoria: conto (com Contos de fuga): Concurso Literário da empresa Telecomunicações de Moçambique (TDM)
  • Prémio Literário TDM 2010 – categoria: poesia (com Poemas em sacos vazios que ficam de pé): Concurso Literário da empresa Telecomunicações de Moçambique (TDM)
  • Prémio Literário 35 anos do Banco de Moçambique (conto).
  • Menção Honrosa do Prémio Literário 35 anos do Banco de Moçambique (poesia)
  • Prémio FUNDAC Rui de Noronha 2008 (poesia).