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Luís Bernardo Honwana, autor de Nós matamos o Cão Tinhoso!, faz 80 anos de idade

Luís Bernardo Honwana, autor do clássico da literatura moçambicana e mundial, Nós matamos o Cão Tinhoso!, completa em 12 de novembro de 2022, 80 anos de idade.

Luís Bernardo Honwana nasceu em 12 de novembro de 1942, em Chamanculo, subúrbio da cidade de Maputo (Lourenço Marques, no período colonial).

A história da criação e da trajetória de sua obra prima Nós matamos o Cão Tinhoso! faz parte da história de vida de Luís Bernardo Honwana. A coleção de sete contos estreou no jornal A Tribuna, quando autor tinha 22 anos de idade, em momento em que Moçambique estava sob o domínio colonial de Portugal. Teve grande repercussão por serem histórias que ecoavam as vozes das crianças como representantes de todos os oprimidos. Por meio da ficção, vem à tona todo o processo de opressão e autoritarismo do invasor português sobre o povo moçambicano.

Em 1964, Luís Bernardo Honwana é preso pela polícia política portuguesa, a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), permanecendo na prisão por quatro anos, junto com outras personalidades do meio artístico. Nesse mesmo ano, é publicado em forma de livro Nós matamos o Cão Tinhoso!, que é imediatamente recolhido pelo regime, e poucos moçambicanos tiveram a chance de ler essa primeira edição.

Com a independência de Moçambique, em 1975, o livro é finalmente libertado e teve o reconhecimento que merecia. Foram feitas várias edições em Moçambique, em Portugal e em outras partes do mundo. Foram publicadas traduções em países como Alemanha, Costa do Marfim, Cuba, Espanha, França, Inglaterra, Senegal, Suécia, Togo e Zimbábue.

No Brasil, a obra foi publicada pela Editora Ática (1980) e pela Editora Kapulana (2017). A edição da Kapulana faz parte da série “Vozes da África” e inclui o conto do autor “Rosita, até morrer”, de 1971, nunca antes publicado em livro.

Em 2002, Nós matamos o Cão Tinhoso! foi classificado entre os “100 melhores livros africanos do século XX” (Creative Writing), em iniciativa da “Zimbabwe International Book Fair”, com a colaboração de African Publishers Network (APNET), Pan-African Booksellers Association (PABA), associações de escritores africanos, conselhos para o desenvolvimento do livro e associações de bibliotecas.

Ao sair da prisão, Luís Bernardo Honwana continua seus estudos em Portugal e, no retorno à terra natal, participa da vida cultural e política de Moçambique como Diretor do Gabinete da Presidência, Secretário do Estado da Cultura e Ministro da Cultura de Moçambique. Colaborou firmemente para a fundação da AEMO (Associação dos Escritores Moçambicanos). Marcou também sua presença no meio internacional, quando foi Secretário da UNESCO.

Muitas homenagens são dedicadas ao querido escritor. Destacamos aqui um conjunto delas para que nossos leitores possam conhecer um pouco mais da vida e da obra de Luís Bernardo Honwana. Foram organizadas pelo jornalista moçambicano José dos Remédios, e divulgadas na forma de artigos, depoimentos e entrevistas no jornal O País, e no canal televisivo Stv. São textos marcantes sobre a vivência de Luís Bernardo como pessoa, estudante, militante político e escritor; revelam-nos sua infância, juventude, atuação política, experiência linguística e processo de criação literária.

A Kapulana agradece a Luís Bernardo Honwana por nos ter presenteado com livro tão belo, tão sensível e, ao mesmo tempo, tão forte e corajoso. Agradece a generosidade do autor em ceder essa obra prima para publicação no Brasil por nossa casa editorial, possibilitando que mais brasileiros conheçam esses maravilhosos contos.

Conheça um pouco mais sobre a história de vida de Luís Bernardo Honwana:

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[São Paulo, 11 de novembro de 2022.]

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Sobre a Editora Kapulana

Editora voltada para a publicação e divulgação de autores brasileiros e estrangeiros com foco na literatura africana com seleção de títulos marginais, ou seja, de pouca visibilidade na mídia. O catálogo da editora Kapulana preza pela diversidade e apresenta obras voltadas para literatura infantil, jovens e adultos, assim como memórias, biografias e obras científicas. Com o compromisso de ampliar e apresentar diversas linguagens literárias ao público brasileiro, os escritores, ilustradores e colaboradores da Kapulana são de países como Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Nigéria, Quênia e Zimbábue.

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