‘Sua Excelência, de corpo presente’, de Pepetela, ganha novo prêmio!
Pepetela foi vencedor do “Prémio Literário dstangola/Camões”, com seu mais recente romance “Sua Excelência, de corpo presente”
A Editora Kapulana publicou o livro no Brasil em dezembro de 2020, com lançamento na Flipelô, Festa Literária Internacional do Pelourinho, em Salvador, Bahia.
Neste romance do angolano PEPETELA, o protagonista, narrador da história, é um ditador africano morto, deitado em seu caixão. Durante seu próprio velório, ele vê, ouve e observa os que estão ali para se despedir dele. Passa, então a recordar as histórias vividas com os presentes – familiares, amigos, auxiliares, membros de governos dentre outros. Com suas memórias, a personagem revela a estrutura do poder político, o nepotismo, os abusos, as estratégias e ações de um regime ditatorial. Mesmo morto, o ditador não deixa de tentar controlar a sua sucessão através do seu espião-de-um-olho-só, que lhe é tão fiel na morte como era em vida. A obra surpreende por sua atualidade e universalidade.
Pepetela demonstra, como sempre, estar atento às situações de injustiça, opressão e abuso de poder que poderiam ter ocorrido em qualquer região do mundo em qualquer época. Por meio da ficção, com uma linguagem literária mordaz e, muitas vezes, irônica, Pepetela conduz o leitor ao submundo do poder opressivo.
O prêmio literário “dstangola/Camões” é uma iniciativa do dstgroup em parceria com o “Instituto Camões”, e visa distinguir, anualmente e de forma alternada, livros editados em poesia e prosa de artistas angolanos.
Além desse mais recente prêmio, de 2021, o livro foi o vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa do Correntes d’Escritas 2020 e finalista do Prêmio Oceanos 2019. É o terceiro livro de Pepetela que a editora Kapulana publicou no Brasil. Em 2019 publicou O cão e os caluandas e O quase fim do mundo.
Leia um trecho:
Estou morto.
Estou morto, de olhos cerrados, mas percebo tudo (ou quase) do que acontece à minha volta. Sei, estou deitado dentro de um caixão, num salão cheio de flores, as quais, em vida, me fariam espirrar. As pessoas não sabem que flores de velório cheiram mal? Sabem, mas a tradição é mais forte e velório sem flores é para pobre.
Ora, não somos pobres, dominamos uma nação.
Estou morto, no entanto posso escutar, entender os dizeres, mesmo os sussurros e, em alguns casos, adivinhar pensamentos.
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Saiba mais sobre o escritor Pepetela: https://www.kapulana.com.br/pepetela/
Saiba mais sobre o livro:
livro físico: https://www.kapulana.com.br/produto/sua-excelencia-de-corpo-presente/
e-book: https://www.kapulana.com.br/catalogo-de-ebooks/
[19 de março de 2021]