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13 espaços culturais em São Paulo que você precisa conhecer

1- Farol Santander (Foto: F J Jarabeck – Flickr)

No dia 26/01, o Edifício Banespa reabre para visitação. Além do já conhecido mirante, o público poderá visitar três espaços com obras expostas.

Rua João Brícola, 24 – Centro, São Paulo – SP, 01014-010

Terça-feira a domingo das 9h às 19h. Segundas-feiras fechado.

https://www.farolsantander.com.br/?gclid=EAIaIQobChMI0pXPmfLr2AIVkA-RCh3e3wacEAAYASAAEgL8QfD_BwE#/

 

2- Museu Afro-Brasil

Foto: Nicolas de Camaret

O Museu Afro Brasil é voltado à pesquisa, conservação e exposição de objetos relacionados à cultura negra no Brasil.
Avenida Pedro Álvares Cabral, Portão 10, s/n – Parque Ibirapuera, São Paulo – SP, 04094-050

Terça-feira a domingo das 10 às 17h. Segunda-feira fechado.

http://www.museuafrobrasil.org.br/

 

3- Museu da Imigração

O museu está localizado em um edifício que é patrimônio histórico tombado, devido à sua importância para compreender os fluxos de imigração no Brasil e no Estado de São Paulo.

Rua Visc. de Parnaíba, 1316 – Mooca, São Paulo – SP, 03164-300

Terça-feira a sábado das 9h às 17h e domingo das 10 às 17h. Segunda-feira fechado

http://www.museudaimigracao.org.br/

 

4- Memorial da Inclusão: Os Caminhos da Pessoa com Deficiência

Divulgacao SEDPC

O Memorial traz o tema da deficiência e da inclusão das pessoas com deficiência com o registro da memória e da história do movimento social desse segmento, ativo desde meados dos anos 1970/80.

Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 – Barra Funda, São Paulo – SP, 01156-001

Segunda-feira a Sexta-feira das 10h às 18h e sábado das 13h às 17h. Domingo fechado

http://www.memorialdainclusao.sp.gov.br/

 

5- Biblioteca Pública (de poesia) Alceu Amoroso Lima

Foto: Rafael Munduruca

Foi inaugurada em dezembro de 1979 e virou um local de encontro cultural do bairro de Pinheiros. A especialização em poesia chegou em setembro de 2006.

Rua Henrique Schaumann, 777 – Pinheiros, São Paulo – SP, 05413-021

Segunda-feira a Sexta-feira das 10h às 19h e sábado das 09h às 16h. Domingo fechado

 http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/bibliotecas_bairro/bibliotecas_a_l/alceu/

 

6- Museu do Futebol

Foto: Rafael Neddermeyer

O Museu foi inaugurado em 2008 e está localizado atrás das arquibancadas na entrada principal de um dos mais antigos estádios brasileiros, o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho – o Pacaembu. 

Praça Charles Miller, s/n – Pacaembu, São Paulo – SP, 01234-010

Terça-feira a sexta-feira das 9h às 16h e sábado e domingo das 10 às 17h. Segunda-feira fechado

http://museudofutebol.org.br/

 

7- Casa das Rosas

Foto: Lua Nucci

Localizada na Avenida Paulista, é um casarão no estilo clássico francês que dá espaço a diversas manifestações culturais, principalmente ligadas à literatura e à poesia.

Av. Paulista, 37 – Paraíso, São Paulo – SP, 01311-000

Terça-feira a sábado das 10h às 22h e domingo das 10 às 18h. Segunda-feira fechado

http://www.casadasrosas.org.br/

 

8- Centro Cultural Tapera Taperá

Foto: Divulgação

A Tapera Taperá é uma biblioteca, livraria, espaço cultural. Localizado no centro de São Paulo, o espaço, que não tem fins lucrativos, recebe eventos literários e cursos.

Av. São Luís, 187 – 2º andar, loja 29 – República, São Paulo – SP, 01046-001

Segunda-feira a Sexta-feira das 10h às 20h e sábado das 10h às 18h. Domingo fechado

http://taperatapera.com.br/

 

9- Instituto Moreira Salles – Paulista

Pedro VannucchiIMS

O Instituto Moreira Salles é uma organização sem fins lucrativos fundada pelo diplomata e banqueiro Walther Moreira Salles em 1992. A nova localização em São Paulo fica na Avenida Paulista.

Av. Paulista, 2424 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01310-300

Terça-feira a domingo das 10h às 20h e quinta-feira das 10h às 22h. Segunda-feira fechado

https://ims.com.br/unidade/sao-paulo/

 

10- Parque da Água Branca

Murillo Constantino

O Parque, oficialmente Parque Fernando Costa, está localizado no distrito da Barra Funda, em São Paulo. Foi idealizado pela Sociedade Rural Brasileira (SRB), e começou a ser formado em 1905 e inaugurado em 1929.

Av. Francisco Matarazzo, 455 – Água Branca, São Paulo – SP, 01156-000

Segunda-feira a domingo das 06h às 20h

http://www.ambiente.sp.gov.br/parqueaguabranca/

 

11- MASP

Foto: The Photographer

Localizado na Avenida Paulista, o museu é uma das mais importantes instituições culturais brasileiras. O edifício onde está localizado foi projetado pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi para ser sua sede.

Av. Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01310-200

Terça-feira a domingo das 10h às 18h. Quinta-feira das 10h às 20h.

https://masp.org.br/

 

12- Centro Cultural São Paulo

Foto: Marcio De Assis

Um dos primeiros centros culturais multidisciplinares do Brasil. Oferece programação e serviços culturais – gratuitos ou a preços acessíveis – e disponibiliza seus espaços seus espaços e instalações para uso do público.

Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade, São Paulo – SP, 01504-000

Terça-feira a sexta-feira das 10h às 20h e sábado e domingo das 10h às 18h.

http://www.centrocultural.sp.gov.br/

 

13- Centro Cultural Banco do Brasil

Foto: Divulgação

Rede de espaços culturais geridos e mantidos pelo Banco do Brasil, com o objetivo de disseminar a cultura pela e para a população.

Álvares Penteado, 112 – Centro, São Paulo – SP, 01012-000

Segunda-feira à domingo das 9h às 21h. Terça-feira fechado.

http://culturabancodobrasil.com.br/portal/sao-paulo

 

*Verificar a programação nos feriados.

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CELESTINO MUDAULANE

CELESTINO MUDAULANE nasceu em março de 1972, em Lourenço Marques, atual Maputo, capital de Moçambique.

É professor de Cerâmica e Desenho na Escola de Artes Visuais de Moçambique desde 1993. Foi professor do primeiro curso de Educação Visual no Centro Cultural de Matalana.

É membro do Núcleo de Arte e membro fundador do Movimento de Arte Contemporânea de Moçambique.

 

OBRAS DA KAPULANA

Wazi, Contos de Moçambique, v. 6, de Rogério Manjate, 2017.

 

PRÊMIOS

  • 1º Prémio de Cerâmica na Exposição Anual do Museu Nacional de Arte, 1999.
  • Prémio Fundac Alberto Chissano, 2002.
  • 1º Prémio de Cerâmica na Bienal Telecomunicações de Moçambique (TDM), 2003.
  • 2º Prémio de Cerâmica na Bienal Telecomunicações de Moçambique (TDM), 2005.
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DAISY SERENA

DAISY SERENA nasceu em São Paulo, em 1988.

É ativista visual, poeta, graduanda de sociologia e política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e integrante do coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes.

Sua primeira Exposição foi em 2016, chamada Tecituras de Tempo & Identidade, dentro da Mostra Criadoras em Moda: Mulheres Afro-latinas, no Sesc Interlagos.

Seu primeiro livro, Tautologias, foi publicado em novembro de 2016.

PARTICIPAÇÕES EM EVENTOS DA KAPULANA

Fez uma leitura de alguns poemas do livro Sangue negro (2016), de Noémia de Sousa, na Feira Desvairada. Além disso, participou dos lançamentos dos livros Roda das encarnações (2017), de Sónia Sultuane, e Nós matamos o Cão Tinhoso! (2017), de Luís Bernardo Honwana, lendo trechos dos livros.

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SILVA DUNDURO

SILVA DUNDURO nasceu em 25 de fevereiro de 1964, no distrito do Búzi, província de Sofala, Moçambique. Atualmente, é Ministro da Cultura e Turismo de Moçambique, e vive em Maputo, capital do país.

Desde os anos de 1980, tem participado de vários movimentos socioculturais e de exposições de arte nacionais e internacionais.

De 1987 a 2003, impulsionou o movimento cultural moçambicano a partir da “Casa de Cultura”. Em 1989, foi membro fundador do “Núcleo de Artes Plásticas”, na cidade da Beira. Foi também membro do “Núcleo de Arte de Maputo” e membro fundador da “Associação Cultural Casa do Artista”. Em 1996, foi eleito “Personalidade Cultural do Ano”, iniciativa do Diário de Moçambique, da cidade da Beira.

Entre 2008 e 2009, fez estudos de Mestrado no Brasil e trabalhou com a pintora Maria Do Karmmo, em seu atelier, no Rio de Janeiro.

Desde 2012, tem participado de várias exposições coletivas em Moçambique (Beira, Chimoio, Maputo e Tete) e no estrangeiro (Itália Namíbia, Portugal e Suécia, entre outros).

OBRAS DA KAPULANA

Na aldeia dos crocodilos, Contos de Moçambique, v. 7, de Adelino Timóteo, 2018.

DESTAQUES

  • Em 1996 foi eleito personalidade cultural do ano, iniciativa do Diário de Moçambique, cidade da Beira.
  • De 2008 a 2009, trabalhou com a pintora Maria Do Karmmo, no Palmar Atelier, no Rio de Janeiro, Brasil.
  • Em 2012 participou de várias exposições coletivas em Moçambique e no estrangeiro.
  • Atualmente desempenha funções de Ministro da Cultura e Turismo.
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ADELINO TIMÓTEO

ADELINO TIMÓTEO nasceu em 1970, na Beira, em Moçambique.

É formado na área de docência em Língua Portuguesa, mas não exerceu a profissão. Ingressou no Jornalismo em 1994, na cidade da Beira, no Diário de Moçambique, e, mais tarde, tornou-se correspondente do semanário Savana, da mesma cidade.

É licenciado em Direito e exerce a função de jornalista no semanário Canal de Moçambique, também da cidade da Beira.

Além disso, é artista plástico e já realizou várias exposições individuais de artes, em Moçambique e no estrangeiro.

 

OBRAS DA KAPULANA

OUTRAS PUBLICAÇÕES

  • Os segredos da arte de amar. Maputo: AEMO, 1999.
  • Viagem à Grécia através da Ilha de Moçambique. Maputo: Ndjira, 2002.
  • A Fronteira do Sublime. Maputo: AEMO, 2006.
  • Mulungu. Lisboa: Texto Editores, 2007.
  • A virgem da Babilónia. Lisboa: Texto Editores, 2009.
  • Nação Pária. Maputo: Alcance Editores, 2010.
  • Na aldeia dos crocodilos. Maputo: Escola Portuguesa de Moçambique; Barcelona: Fundació Contes pel Món, 2011.
  • Dos frutos do amor e desamores até à partida. Maputo: Alcance Editores, 2011.
  • Não chora Carmen. Maputo: Alcance Editores, 2013.
  • Nós, os de Macurungo. Maputo: Alcance Editores, 2013.
  • Livro Mulher. Maputo: Alcance Editores, 2013.
  • Apocalipse dos Predadores. Lisboa: Chiado Editora, 2014.
  • Corpo de Cleópatra. Maputo: Alcance Editores, 2016.
  • Os oito maridos de Dona Luíza Michaela da Cruz. Maputo: Alcance Editores, 2017.
  • Os últimos dias de Uria Simango. Maputo, 2018.
  • Afonso Dhlakama – a longa luta em defesa da democracia, Maputo, 2019.

PRÊMIOS

  • 1999 – Prêmio anual do Sindicato Nacional do Jornalismo, pela melhor Crônica Jornalística.
  • 2001 – Prémio Nacional Revelação de Poesia AEMO (Associação dos Escritores Moçambicanos).
  • 2011 –Prémio BCI/AEMO 2011 pela obra Dos frutos do amor e desamores até à partida.
  • 2013 – “Melhor Escritor da Cidade da Beira”, Moçambique.
  • 2015 – “Excelente e inquestionável qualidade de sua obra”, distinção pelo Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora (CEMD), Lisboa, Portugal.
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Outras fronteiras: o brilho dos pirilampos e os fragmentos da memória, por Carmen Lucia Tindó Secco

O livro Outras fronteiras: fragmentos de narrativas divide-se em quatro grandes partes. A primeira tem como título “Como se a manhã do tempo despertasse”. O eu lírico peregrina dentro de si para se buscar; examina suas fronteiras; navega com um país dentro da língua, fazendo do coração paisagem antiga, mas sempre presente no olhar, no álbum de suas vivências, como se pudesse despertar. A escrita se apresenta como pena de um amor infinito, como um feitiço querendo escapar do eterno. Seria isso possível?

O eu lírico conversa com quem escreve. Ana no espelho. E os pirilampos na noite, com sua luz, enfeitam lembranças. Como os vaga-lumes de Didi-Huberman, resistem, revelando-se metáforas da poesia em meio a um mundo-espetáculo de luzes ofuscantes: “Há [hoje] sem dúvidas motivos para ser pessimista, contudo é tão mais necessário abrir os olhos na noite, se deslocar sem descanso, voltar a procurar os vaga–lumes” (DIDI-HUBERMAN, 2014, p. 14)

 A segunda parte é constituída pelos poemas de Moatize, nos quais se encontram as fronteiras híbridas dos afetos ali vivenciados em relação à infância, ao amado, a Moçambique. Passam pela memória lírica as primeiras cores da terra, o fluir das águas do Zambeze; depois, as paisagens da negra azul cantada por Virgílio de Lemos e todos os tons de anil que tingem a imaginação. Também está presente Camões, cujo fogo do amor acende o lirismo amoroso no azul do Oriente e do Índico, oceano de inspiração criadora.

A terceira parte de Outras fronteiras: fragmentos de narrativas aborda o tema de viajantes e suas narrativas escritas em diários que registram viagens por cidades moçambicanas: Tete, por exemplo. Nesses escritos, são muitas as fronteiras percorridas, muitos os cruzamentos culturais encontrados. A pena narrativa aponta a presença de goeses, indianos, portugueses, além dos africanos. Apreende sons de batuque à distância, máscaras de espíritos antepassados.

Outras fronteiras: fragmentos de narrativas é perpassado por pensamentos e fragmentos de poemas de Camões, Eduardo White e outros poetas; por diários de antropólogos, como Lacerda e Almeida. Real e imaginação se entrelaçam. Os versos de Camões e White se mesclam a fragmentos de narrativas de Lacerda e Almeida, que viajara a Moçambique em 1797 para mapear minas de ouro na África Oriental. Há poemas também, nessa parte, sobre as donas dos prazos, ao sul do Zambeze, que possuíam escravos e ajudaram a expedição de Lacerda e Almeida. Uma dessas senhoras é Dona Francisca Josefa de Moura e Meneses, cuja sobrinha se casara com o mencionado antropólogo.

Poesia e história dialogam, lançando luzes sobre momentos problemáticos do passado moçambicano. Fragmentos narrativos e biográficos cruzam os poemas, trazendo informações sobre o contexto historiográfico de Moçambique, em especial sobre os prazos da coroa no vale do Zambeze, onde houve um sistema escravocrata interno que beneficiava as senhoras prazeiras e suas respectivas famílias.

Na quarta e última parte do livro de Ana Mafalda, há uma exaltação das belezas do Índico, como, por exemplo, no poema intitulado “O Índico em Marrakesh”. O Índico aqui não se restringe ao litoral de Moçambique. Multicultural, é um traçado azul, um oásis no caminho, traz a imagem de alguém nos olhos da poetisa. Assim, devagar, a poesia vai alcançando múltiplas portas, cidades, jardins, templos com minaretes dedicados a  Alah. Muitos são os encantadores de serpentes, suas flautas e tranças mágicas.

 Metáforas, como água, azul, amor, fronteiras, estão presentes nessas “narrativas poéticas” de Ana Mafalda. Funcionam como pequenos labirintos e fontes de água, enamoramentos do Índico, envolto em chás de menta e gengibre. Corpos dançando cheios de luz através de escritas enigmáticas, decifrações, sortilégios. Entre Ocidente e Oriente, Moçambique só é possível pelo cruzamento de “acasos conjurados”, voz do passado rente ao Índico e às diversas etnias africanas que habitam a terra moçambicana.

[1] DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos vaga-lumes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2014.

São Paulo, junho de 2017.

Citar como:
SECCO, Carmen L. Tindó. “Outras fronteiras: o brilho dos pirilampos e os fragmentos da memória”. Posfácio in: LEITE, Ana Mafalda. Outras fronteiras: fragmentos de narrativas. São Paulo: Kapulana, 2017.