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Kapulana na Flip/Casa Paratodxs com lançamentos e participação de Martinho da Vila

A editora maca presença em Paraty, durante a Flip, com lançamentos de seu catálogo à venda e participação de Martinho da Vila

A Editora Kapulana participa novamente da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que acontece de 10 a 14 de julho, na organização da Casa Paratodxs, com os recentes lançamentos de seu catálogo à venda e, também, a participação de Martinho da Vila na programação.

Este ano a Casa Paratodxs completa três anos em Paraty. Formada pelas editoras Nós, Edith, Demônio Negro, Relicário, Dublinense, Kapulana, Macondo e Cepe, a Paratodxs homenageará Chico Buarque e contará, entre outras, com as presenças de diversos nomes da literatura, música, mercado editorial e cinema. O cantor, compositor e escritor Martinho da Vila marca presença com um bate-papo e lançamento do livro 2018 – Crônicas de um ano atípico, publicado pela Kapulana, no domingo, 14 de julho, ao meio-dia. A mediação da mesa de conversa ficará a cargo do escritor Paulo Lins (autor de Cidade de Deus). 

Outra grande novidade será a venda, com exclusividade na Casa, da obra Nós, os do Makulusu, do premiado escritor angolano José Luandino Vieira. Considerado um dos maiores clássicos da literatura do século XX, a obra narra a história do personagem Mais-Velho, que se junta a outras três personagens que cresceram juntas no Makulusu, bairro pobre de Luanda: Maninho, Paizinho e Kibiaka. O enredo, ambientado em um momento agudo da luta de libertação nacional de Angola, demonstra como a violência do colonialismo obriga os companheiros de aventuras infantis a escolherem caminhos inconciliáveis, alguns se envolvendo na luta armada e sendo presos, outros omitindo-se ou atendo-se apenas ao trabalho clandestino.

A Casa Paratodxs estará aberta entre os dias 11 e 14 de julho. Venha nos visitar! 

3 de julho de 2019

★★★

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O Campo de Concentração do Tarrafal, onde Luandino Vieira escreveu “Nós, os do Makulusu”

O autor passou 8 anos preso, onde escreveu muitos de seus livros, dentre eles o “Nós, os do Makusulu”

Grande parte de  Nós, os do Makulusu foi escrito por José Luandino Vieira, em 1967, quando estava preso no Campo de Concentração do Tarrafal, na ilha de Santiago, em Cabo Verde (Campo de Trabalho de Chão Bom), e que a Editora Kapulana publica neste mês.

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO

Inaugurado em 1936, quando Portugal vivia no regime ditatorial do Estado Novo, sob o comando do ditador Oliveira Salazar, que pretendia, por meio da repressão, aprisionar todos que se opunham ao seu governo. Por isso, a criação do Campo de Concentração do Tarrafal, localizado na ilha de Santiago, região norte caboverdiana, Cabo Verde era colônia portuguesa e o terreno havia sido adquirido pelo Estado português, separado da jurisdição do Governo do arquipélago. Na primeira fase do campo de concentração, que foi de 1936 até 1954, passaram 360 prisioneiros, 32 morreram nesse período. 

Em junho de 1961, o Tarrafal foi reaberto, seis anos depois de seu encerramento, instituindo-se no Chão Bom, região noroeste de Cabo Verde, um Campo de Trabalho, mas, na realidade, era um novo campo de concentração de presos políticos das ex-colônias portuguesas. Com o advento da Revolução dos Cravos, em Portugal, em 1974, o regime ditatorial de Salazar foi deposto e o Campo de Trabalho de Chão Bom terminou no dia 1º de maio do mesmo ano. Todos os presos foram libertados. Nessa segunda fase, 4 pessoas morreram. Em 2009, o local foi aberto como Museu da Resistência.

ANOS DE CÁRCERE

Por sua participação nas lutas de libertação nacional de Angola, José Luandino Vieira foi preso pela PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) em 1961 e condenado a 14 anos de prisão e medidas de segurança. Foi, então, transferido, em 1964, para o Campo de Concentração do Tarrafal, onde escreveu a obra Nós, os do Makulusu. Lá passou 8 anos, e foi libertado em 1972, em regime de residência vigiada em Lisboa. Iniciou então a publicação da sua obra, na grande maioria escrita nas diversas prisões por onde passou. Depois da independência de Angola, em 1975, Luandino voltou ao país, morando até 1992, quando se mudou para Portugal, onde vive atualmente.

Considerado um dos maiores clássicos da literatura do século XX, a obra narra a história do personagem Mais-Velho, que se junta a outras três personagens que cresceram juntas no Makulusu, bairro pobre de Luanda: Maninho, Paizinho e Kibiaka. O enredo, ambientado em um momento agudo da luta de libertação nacional de Angola, demonstra como a violência do colonialismo obriga os companheiros de aventuras infantis a escolherem caminhos inconciliáveis, alguns se envolvendo na luta armada e sendo presos, outros omitindo-se ou atendo-se apenas ao trabalho clandestino.

2 de julho de 2019

★★★

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Kapulana publica livro de crônicas da escritora angolana Ana Paula Tavares

As crônicas de Ana Paula Tavares são marcadas por uma escrita profundamente poética e incisiva

Chega às livrarias do Brasil, o livro de crônicas inéditas da premiada escritora angolana Ana Paula Tavares: Um rio preso nas mãos. Publicadas originalmente de forma esparsa no jornal Rede Angola, as 38 crônicas que compõem o livro viajam por diferentes assuntos e narrativas, deslizando entre a autobiografia e o ficcional, a oralidade e a escrita, o passado e o presente, além de abordar temas sobre Angola em uma magistral linguagem poética e incisiva: “Uma mulher antiga tem um rio preso nas mãos e guarda-o como a aranha do deserto a sua preciosa gota”. O escritor angolano Ondjaki destacou sobre esta obra de Ana Paula Tavares: “Chegam, ao Brasil, as palavras embrulhadas em pedra antiga, como um lugar feito canoa: a cultura de Angola a navegar o universo africano para pousar nessa américa tão latina”.

Ana Paula Tavares é poeta, cronista, historiadora e professora, nasceu em Lubango, Angola. Autora de textos científicos e poesia dispersa em antologias da Galícia, Itália, França e em Portugal, e de vasta obra literária em prosa e poesia. Tavares tem vínculos fortes com o Brasil, com pesquisa e participações em eventos no país. Também diz ter sido influenciada por escritores brasileiros e pela música brasileira.

1 de julho de 2019

★★★