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LANÇAMENTO! Editora Kapulana lança em novembro no Brasil SOB AS ÁRVORES DE UDALAS, de Chinelo Okparanta

A Kapulana lançará no Brasil, no Mês da Consciência Negra, em 9 de novembro, Sob as árvores de udalas, de autoria de CHINELO OKPARANTA. 

Sob as árvores de udalas (Under the udala trees), da nigeriana Chinelo Okparanta, é uma história de amor e luta, narrada por Ijeoma, a protagonista, que é ainda menina quando acontece a Guerra Nigéria-Biafra (1967-1970), conhecida como a Guerra de Biafra.

Deslocada de sua vila natal, Ojoto, Ijeoma conhece Amina, em Nnewi, e se apaixonam. São elas de etnias diferentes — uma é Igbo e outra, Hauçá. O relacionamento entre elas não é aceito socialmente, gerando censura e repressão da família e da sociedade.

Em um cenário social conservador e religioso, sob os efeitos devastadores de uma guerra, Ijeoma convive com outras personagens marcantes, além de Amina, como seu pai Uzo, sua mãe Adaora, Chibundo, Ndidi, Chidinma e o professor e sua esposa.

Chinelo Okparanta escreve um romance ao mesmo tempo lírico e trágico, em defesa do amor e no combate contra a opressão e qualquer tipo de discriminação.

A edição brasileira conta com tradução de Carolina Kuhn Facchin, capa de Mariana Fujisawa e projeto gráfico de Daniela Miwa Taira.

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Trechos de SOB AS ÁRVORES DE UDALAS

[NOTA DA AUTORA] “Em 7 de janeiro de 2014, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, sancionou uma lei que criminaliza as relações entre pessoas do mesmo sexo e o apoio a tais relações, tornando esses crimes puníveis com até catorze anos de prisão. Nos estados do Norte, a punição é a morte por apedrejamento. Este romance tenta dar aos cidadãos LGBTQIAP+ marginalizados da Nigéria uma voz mais poderosa e um lugar na história de nossa nação.”

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“Quanto a nós, andávamos naquele jeito sem pressa das borboletas, como se a brisa fosse delicada, como se o sol na pele fosse uma carícia. Como se passos lentos permitissem saborear os dois. Era assim que as coisas eram antes da guerra: nossas vidas, caminhando mansamente.”

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“Não há como contar a história do que aconteceu com Amina sem primeiro contar a história de como mamãe me mandou embora.
Igualmente, não há como contar a história de como mamãe me mandou embora sem contar também sobre a recusa de papai em refugiar-se no bunker. Sem sua recusa, a expulsão poderia nunca ter ocorrido, e se não tivesse ocorrido, então eu poderia nunca ter conhecido Amina.
Se eu não tivesse conhecido Amina, talvez não houvesse história para contar.”

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“A resposta era simples: claro que eu ainda pensava em Amina. E, sim, daquele jeito. Como poderia afastar as lembranças de uma pessoa com quem compartilhei todo aquele tempo? Havia noites em que sonhava com ela, sonhos tão vívidos que quando acordava parecia que o despertar era o sonho, e o sonho, a realidade: Amina e eu resolvendo coisas na rua, lavando roupas e pendurando-as para secar, cortando lenha, buscando querosene.”

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“Então, a história começa antes mesmo da história, em 23 de junho de 1968. Ubosi chi ji ehihe jie: o dia em que a noite caiu à tarde, como diz o ditado. Ou, como mamãe às vezes diz, o dia em que a noite tomou o dia: o dia em que papai se despediu de nós.”

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O nome do meu pai, Uzo, significa “porta” ou “caminho”. Era um nome sólido, forte e confiante, ao contrário do meu, Ijeoma (que era apenas um desejo: “boa viagem”), ou de mamãe, Adaora (que dizia apenas que ela era a filha de todos, filha da comunidade, que era o que todas as filhas eram, pensando bem).
Uzo. Era o tipo de nome que eu gostaria de dobrar e segurar na minha mão, se nomes pudessem ser dobrados e guardados dessa forma. De modo que, se algum dia eu me perdesse, tudo o que teria de fazer seria abrir a palma da mão e permitir que o nome, como a luz de uma tocha, me mostrasse o caminho.

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Pensei: então é isso que significa ser casada: ficar na igreja, tensa, observando a luz do sol se espalhar ao meu redor, com esse medo constante de uma punição. Isso deve ser a vida de casada: uma tentativa diária de se livrar de uma bacia cheia de desejos, mas sem esperança. E, no entanto, a bacia se recusa a ser esvaziada, como se os desejos fossem cimento molhado que já está se transformando em concreto.

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A autora CHINELO OKPARANTA

https://www.kapulana.com.br/chinelo-okparanta/

CHINELO OKPARANTA nasceu na Nigéria. É escritora e professora universitária no ensino de Inglês e Escrita Criativa. É autora de contos e romances. Seu primeiro romance, Sob as árvores de udalas (Under the udala trees), teve o reconhecimento da crítica e recebeu prêmios por sua qualidade literária e tratamento temático.

Recebeu vários prêmios, com destaque para:

  • 2014: O. Henry Prize (contos).
  • 2014: Lambda Literary Award – Lesbian Fiction: Happiness like a water (contos).
  • 2016: Lambda Literary Award – Lesbian Fiction: Under the udala trees (romance).
  • 2016: Jessie Redmon Fauset Book Award in Fiction: Under the udala trees (romance).
  • 2016: Inaugural Betty Berzon Emerging Writer Award, do the Publishing Triangle.

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O livro: https://www.kapulana.com.br/produto/sob-as-arvores-de-udalas/

Sobre a Editora Kapulana

Editora voltada para a publicação e divulgação de autores brasileiros e estrangeiros com foco na literatura africana com seleção de títulos marginais, ou seja, de pouca visibilidade na mídia. O catálogo da editora Kapulana preza pela diversidade e apresenta obras voltadas para literatura infantil, jovens e adultos, assim como memórias, biografias e obras científicas. Com o compromisso de ampliar e apresentar diversas linguagens literárias ao público brasileiro, os escritores, ilustradores e colaboradores da Kapulana são de países como Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Nigéria, Quênia e Zimbábue.

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[Atualizada em 17 de outubro de 2023.]