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LANÇAMENTO! Em 18 de abril, Editora Kapulana lança no Brasil PRETA E MULHER, da escritora e ativista do Zimbábue – Tsitsi Dangarembga

Livro da escritora zimbabuana é um conjunto de ensaios sobre a colonização inglesa no Zimbábue e os efeitos devastadores do império britânico sobre os povos africanos.

A Kapulana lançará no Brasil, em 18 de abril, PRETA E MULHER (Black and female), ensaios de autoria da escritora e ativista TSITSI DANGAREMBGA, do país africano Zimbábue.

Em Preta e mulher, Tsitsi Dangarembga mergulha profundamente em questões como racismo, misoginia e patriarcado, que marcaram e marcam a vida das mulheres no Zimbábue, país com histórico colonial violento.

Na “Introdução”, o leitor tem a oportunidade de conhecer parte da história pessoal de Tsitsi, no contexto da história de seu país.

O primeiro ensaio, “Escrever como preta e mulher”,  é dedicado a revelar como a escrita tornou-se um instrumento de análise de sua condição de preta e mulher escritora.

O segundo ensaio, “Preta, mulher e a supermulher feminista preta”, é sobre como a trajetória da sociedade zimbabuana durante o colonialismo determinou o comportamento das mulheres nos espaços públicos e privados.

No último ensaio, “Descolonização como imaginação revolucionária”, a autora defende a necessidade da descolonização mental africana para se alcançar a igualdade discursiva, por um futuro mais justo e sem medo.

Como parte final da obra,  são apresentadas notas bibliográficas de alto valor teórico para os leitores que queiram se aprofundar mais nas questões discutidas nos ensaios.

Preta e mulher, de Tsitsi Dangarembga, com tradução de Carolina Kuhn Facchin, capa de Mariana Fujisawa e projeto gráfico de Daniela Miwa Taira.

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Trechos de PRETA E MULHER:

“Eu nasci, então, em uma sociedade perversa que me enxergava como essencialmente carente de humanidade plena, necessitada, mas nunca capaz, como resultado de ser um corpo preto, de atingir o status completo de humanidade. Este é o ambiente em que cresci. São essas malignidades, seus fundamentos e seus efeitos em minha vida e na vida de outros seres humanos de corpos pretos que traço nesses ensaios.”

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“Aqueles que, como eu, foram feridos pela arrogância da branquitude não mais dizem “Estou machucado” e se automedicam de maneira autodestrutiva, ou agem dentro de nossas comunidades de acordo com uma dor ruinosa, enraivecida e amarga, como essa arrogância exigia. Agora dizemos: “Você me machucou”, palavras que apontam não para a abjeção e a morte que seguem a automutilação implacável, mas para a possibilidade de se afastar daquele que fere e, a partir daí, transformar-se em alguém que aquele que fere não consegue mais desmembrar.”

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“Muito antes de as super-heroínas entrarem na moda, eu já tinha criado a minha. Ela tinha vinte metros de altura. Sua pele era cor de cobre. Ela usava extensões trançadas no cabelo, em um longo rabo de cavalo que descia por suas costas. Minha super-heroína caminhava sobre cabanas e casas. Ela chutava cobras que estavam prestes a morder crianças, puxava gado para fora de ravinas e segurava entre o indicador e o polegar homens cometendo violência contra corpos de mulheres; após o que ela os arremessava para o horizonte. Quem não teria medo dela?”

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“Tinha a sensação de viver fora de mim, não em integração comigo. O trauma causado por essa falha de integração foi tão intenso e tão forte que não consegui me identificar com ele, resultando em um maior distanciamento de mim, de modo que não conseguia me identificar comigo mesma. Eu me sentia como uma sombra que na verdade não existia.”

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“Pessoas melanizadas ainda vagam por pântanos de negatividade, ainda tentam alcançar o princípio que foi removido quando nosso ser foi sugado de nossos corpos pelas forças da colonização. Nosso sofrimento é o equivalente metafísico de um membro fantasma.”

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A autora TSITSI DANGAREMBGAhttps://www.kapulana.com.br/tsitsi-dangarembga/

TSITSI DANGAREMBGA é escritora e cineasta nascida na Rodésia, hoje Zimbábue. Iniciou sua educação na Inglaterra, onde viveu parte da infância, e concluiu o ensino básico em uma escola missionária na cidade de Mutare, Zimbábue. Estudou direção de cinema em Berlim, na Alemanha, onde produziu diversos filmes. Atualmente, Tsitsi Dangarembga vive com a família em Harare, capital do Zimbábue, onde fundou uma produtora de filmes, a Nuyerai Films. Feminista e ativista, é idealizadora e diretora de diversos projetos e programas que dão suporte financeiro e técnico para mulheres que atuam como artistas e cineastas no Zimbábue e na África como um todo. É autora de livros de ficção, para teatro e cinema e de ensaios.

A autora recebeu vários prêmios, com destaque para:

  • 2018 – Nervous conditions (Condições nervosas): Um dos 100 livros que moldaram o mundo (BBC).
  • 2020 – This mournable body (Esse corpo lamentado): 2020 Booker Prize for Fiction (finalista).
  • 2021: Pen Pinter Prize e “Prêmio da Paz na Feira do Livro de Frankfurt” (Peace Prize of the German Book Trade).
  • 2021: Honorary Fellowship of Sidney Sussex College, Cambridge.
  • 2022: Windham-Campbell Literature Prize (fiction).

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A Kapulana também lançou no Brasil a trilogia de ficção de Tsitsi Dangarembga, composta por Condições nervosas, O livro do Não e Esse corpo lamentado.

 

Sobre os livros de Tsitsi Dangarembga publicados pela Kapulana:

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Sobre a Editora Kapulana

Editora voltada para a publicação e divulgação de autores brasileiros e estrangeiros com foco na literatura africana com seleção de títulos marginais, ou seja, de pouca visibilidade na mídia. O catálogo da editora Kapulana preza pela diversidade e apresenta obras voltadas para literatura infantil, jovens e adultos, assim como memórias, biografias e obras científicas. Com o compromisso de ampliar e apresentar diversas linguagens literárias ao público brasileiro, os escritores, ilustradores e colaboradores da Kapulana são de países como Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Nigéria, Quênia e Zimbábue.

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[3 de abril de 2023.]