Roteiros provinciais é o 5o. livro de João Paulo Borges Coelho que a Kapulana publica no Brasil.
- As visitas do Dr. Valdez (2019)
- Crônica da Rua 513.2 (2020)
- Quatro histórias (2021)
- Museu da Revolução (2022)
- Roteiros provinciais: novelas (2024) Em edição.
Roteiros provinciais é composto por quatro novelas. Conheça um pouco de cada uma delas:
“9 Alexander Road“
Nesta primeira novela de Roteiros Provinciais, de João Paulo Borges Coelho, “9 Alexander Road” é o endereço de uma casa em Salisbury, capital da Rodésia. (Depois da independência do país, em 1980: Harare, capital do Zimbábue). É nessa casa que o narrador, moçambicano da província da Beira, trabalhara na época colonial, sob o domínio dos ingleses. Seu patrão, Mister Benwell, desempenhava funções superiores na companhia de bebidas Schweppes e fazia visitas de inspeção em plantações de laranjas, como o laranjal de Mazoe.
Ele retorna àquela casa, por volta de 1996, na tentativa de reencontrar pessoas que conhecera quando ali trabalhara. O narrador nos revela o que é a “lenda branca” (história contada pelos colonizadores) e a “lenda negra” (história contada pelos colonizados). Durante essa visita, lembranças de acontecimentos, lugares e pessoas vêm à tona, revelando um quadro da época que mescla registros documentais com lembranças afetivas. Fica a questão: O que é memória e que é história?
“Figuras de papel“
Em “Figuras de papel”, segunda novela de Roteiros Provinciais, de João Paulo Borges Coelho, o narrador, após fazer um mapa com aldeias extintas de Moçambique, destruídas pelo colonizador invasor português, viaja à província de Tete à procura de Celestino de Sousa, para conferir dados sobre seu mapa (mapa fantasia) e esclarecer dúvidas sobre a região e acontecimentos históricos. Nessa viagem, a partir do relato de Celestino, o narrador toma conhecimento de uma rede de informações que passava dados para um informante que os repassava para o chefe superior, sobre as ações dos guerrilheiros moçambicanos contra o governo colonial. Nesta novela, o inusitado é que chama a atenção: das informações passadas para o governo colonial português quais eram figuras reais e quais eram figuras inventadas, de papel? O que é história e o que é criação?
“Cenas da vida na aldeia“
“Cenas da vida na aldeia”, terceira novela de Roteiros Provinciais, de João Paulo Borges Coelho, é composta por 31 partes que revelam acontecimentos do período após a independência de Moçambique do regime colonial português. O país agora está sob comando da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) que organizou brigadas para atuarem nas aldeias, a fim de reconstruí-las e organizar sua administração e seus meios de subsistência. Ao longo da narrativa, acompanhamos a trajetória e as atividades de uma dessas brigadas, que atua na província do Niassa, no norte de Moçambique. Acompanhamos desde situações do dia a dia, como a construção de um forno para a fabricação de tijolos, como até questões sobre a organização de atividades culturais e administrativas, solução de conflitos e desastres, decisões políticas e outras situações que compõem um quadro dinâmico da época pós-independência em Moçambique. Fica a questão: quando sonho e realidade se encontram?
“Viagem para as estrelas“
“Viagem para as estrelas”, quarta novela de Roteiros Provinciais, de João Paulo Borges Coelho, tem como protagonista Russel Parker, cinegrafista americano da Califórnia, pesquisador do Centro de Investigação Científica da Universidade em Maputo, capital de Moçambique, em período posterior à independência do país, ocorrida em 1975. Parker padece de uma esquizofrenia caracterizada por uma disfunção que reduz a capacidade de conhecer o prazer. Ele sofre um acidente de motocicleta na região da Costa do Sol, sul de Maputo. Resgatado, é obrigado a fazer uma caminhada a pé e depois seguir de jipe acompanhado de soldados. Exausto, depara-se com uma construção impressionante. Imagina que vão lançá-lo em uma “viagem às estrelas”. Esse episódio desencadeia uma série de interpretações inesperadas. O relato do acidente é permeado por alguns indícios factuais, por relatos de personagens e pelas memórias de Russel. Fica a questão: o que é real e o que é imaginário?
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A série “Vozes da África” é composta por obras de ficção em prosa e poesia, dedicadas a crianças e a adultos. Nasceu de um projeto da Editora Kapulana para divulgar a Literatura Africana no Brasil. Com esse propósito, a editora brasileira passou a desenvolver, a partir de 2015, a publicação de livros de origem africana.
