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Em 2018, Kapulana lança três livros de autores de literaturas africanas de língua inglesa

Rutendo Tavengerwei, Lesley Arimah e Binyavanga Wainaina são os autores dos  títulos inéditos da Kapulana, que tratam de diversas temáticas em cenários do Zimbábue, Nigéria e Quênia

 

Neste ano, a Editora Kapulana amplia seu catálogo e publica três obras de autores africanos de língua inglesa. Em maio, chegará aos leitores brasileiros o romance Esperança para voar, da zimbabuense Rutendo Tavengerwei. Já em julho, será lançado o premiado livro de contos de Lesley Nneka Arimah, de origem nigeriana – O que acontece quando um homem cai do céu. E em novembro ocorrerá a publicação do livro de memórias, do queniano Binyavanga Wainaina – Um dia vou escrever sobre este lugar.

Confira as sinopses dos três livros:

Esperança para voar, de Rutendo Tavengerwei, jovem escritora do Zimbábue, é a história de superação e amizade de duas adolescentes, Shamiso e Tanyaradzwa. Shamiso retorna com sua família do Reino Unido para o Zimbábue, após a morte do pai, jornalista de oposição ao regime ditatorial da época. O cenário é o Zimbábue, em 2008, ano de grave crise política nesse país africano, destroçado pela corrupção e pelo autoritarismo. É a história de como jovens no século XXI enfrentam perdas, rupturas, dores, miséria e autoritarismo. Esse delicado e emocionante livro, ao mesmo tempo em que nos apresenta um cenário africano com muita musicalidade, é uma espécie de fábula universal, cujos fatos poderiam ter ocorrido em qualquer país em qualquer tempo.

O que acontece quando um homem cai do céu é o livro de estreia da premiada Lesley N. Arimah. Elogiado por jornais e revistas do mundo todo, o livro discute, em doze contos, diversas temáticas contemporâneas como o insólito, a distopia, as memórias da guerra na Nigéria, a convivência humana com as tecnologias, a infância, a mulher na sociedade, e o embate entre as tradições familiares e a cultura na América – a autora nasceu no Reino Unido, viveu na Nigéria e agora mora em Minnesota, nos Estados Unidos.

Um dia vou escrever sobre este lugar, do escritor queniano Binyavanga Wainaina, conta suas memórias desde a infância, de forma bastante lírica, dando grande ênfase às questões linguísticas e culturais, revelando muito da história do Quênia e de outros países da África, como Uganda e África do Sul. O autor é um digital influencer bastante ativo em questões relativas à África e ao ativismo LGBTQ+, já participou de TED Talks e escreveu para grandes revistas e jornais, como National Geographic e NY Times. Em 2017, a Times o elegeu como “Uma das 100 pessoas mais influentes do mundo”. A edição da Kapulana inclui texto inédito do autor: “I am a homosexual, mum”.

Conheça os próximos lançamentos: https://www.kapulana.com.br/proximos-lancamentos/

Conheça as biografias dos novos escritores: https://www.kapulana.com.br/nossos-autores/

 

 

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Conheça dois novos volumes da série ‘Contos de Moçambique’

A série, originalmente publicada em Moçambique, apresenta histórias orais recriadas com narrativas que desenvolvem múltiplos universos e memórias das culturas africanas

 

Desde 2016, a série Contos de Moçambique vem sendo publicada no país pela Kapulana. Trata-se de um projeto em conjunto com a Escola Portuguesa de Moçambique (EPM), tendo como objetivo divulgar no Brasil as histórias das tradições orais moçambicanas. Ao todo serão dez volumes, sendo seis já lançados pela editora. Em março chega às livrarias as obras Na aldeia dos crocodilos, de Adelino Timóteo, e O caçador de ossos, de Carlos dos Santos.

Originalmente publicados em Moçambique, os livros revelam as riquezas das expressões populares do país, por meio de contos que inspiram o imaginário infantil e ampliam o conhecimento das culturas africanas. A série apresenta histórias tradicionais recriadas com narrativas que revelam os múltiplos universos. Além dos textos, as páginas acompanham ilustrações de artistas moçambicanos e suas diversas manifestações, como as pinturas a óleo de Silva Dunduro em Na aldeia dos crocodilos e as esculturas maconde de Emanuel Lipanga na composição de O caçador de ossos.

Ilustração de Silva Dunduro

AS OBRAS

Em Na aldeia dos crocodilos, Mandoguinhas e seu avô Boaventura vivem na localidade que dá título ao livro: uma terra fértil, onde tudo que é semeado cresce. O avô conta ao neto que os crocodilos que ficam na beira das águas não são animais, mas ubuntus (gente). O menino acha que o avô está alucinado devido à velhice, mas quando Boaventura desaparece no rio, Mandoguinhas tem que desvendar o mistério dos crocodilos. O conto foi inspirado no Vale do rio Zambeze, uma região em Moçambique onde ocorrem diversas manifestações tradicionais, sendo uma delas a da encarnação humana nos crocodilos. No relato sobre o livro, o autor Adelino escreveu:

“Na minha infância ouvi várias vezes contar essas histórias. Foram as que mais prenderam os meus sentidos. […] inspiraram-me a escrever este conto, a partilhar convosco este lado desconhecido de vidas paralelas (terra e rio) e que tornam Zambeze não só um vale rico e fértil, como também uma fonte que poderá alimentar novas gerações, e, quiçá, motivá-las à descoberta e à divulgação de contos tradicionais genuinamente moçambicanos, da memória e da autoria coletiva do povo moçambicano”.

A obra é ilustrada com as deslumbrantes pinturas a óleo de Dunduro.

Já no volume 8, O caçador de ossos, Carlos dos Santos narra a história de Sinaportar, reconhecido como um grande caçador de sua aldeia. Sua fama era de egoísta e solitário, pois negava-se a caçar em grupo, sendo acompanhado apenas dos cachorros que havia herdado do pai, antigo e lendário caçador. Mas Sinaportar guardava um segredo da aldeia: ele não era caçador e dependia totalmente dos cães para capturar as presas. Certo dia, inesperadamente, os cães passam a se negar a caçar. Diante disto, Sinaportar deverá resolver a situação antes que o seu segredo seja revelado. Carlos retrata a trajetória do crescimento humano com temas que abrem discussões sobre as consequências das mentiras e o individualismo. “Este conto talvez seja a mais importante de todas as lições: que é saber aprender das ações dos outros do que querer ser melhores do que eles”, relatou o autor. As esculturas de Lipanga desenvolvem as dinâmicas do enredo e estampam as tradições artísticas moçambicanas.

Ilustração de Emanuel Lipanga

 

OS AUTORES

ADELINO TIMÓTEO Nascido em 1970, na Beira, Adelino Timóteo é jornalista, artista plástico e escritor, destacando-se os livros Viagem à Grécia através da Ilha de Moçambique (Poesia, edição da Ndjira, do Grupo Leya – prêmio Nacional Revelação AEMO) e Dos Frutos do Amor e Desamores até à Partida (Poesia, 2011, Alcance Editores – prêmio BCI-2011). Como artista plástico, Adelino realizou várias exposições individuais de artes, tanto em Moçambique quanto no estrangeiro.

CARLOS DOS SANTOS Nascido em 1962, em Lourenço Marques, hoje Maputo, capital do país, Carlos dos Santos é profissional da educação desde 1981 e formado em Psicologia e Pedagogia (1989-1994) pela Universidade Pedagógica de Maputo. Carlos tem artigos publicados em vários jornais de seu país, além de poemas com o pseudônimo de Nyama.

OS ARTISTAS

SILVA DUNDURO Nascido em 1964, no distrito de Buzi, província de Sofala, Silva Dunduro é Ministro da Cultura e Turismo de Moçambique e vive em Maputo, capital do país. Entre 2008 e 2009, fez estudos de Mestrado no Brasil e trabalhou com a pintora Maria Do Karmmo, em seu atelier, no Rio de Janeiro. Desde 2012 tem participado de várias exposições coletivas em Moçambique (Beira, Chimoio, Maputo e Tete) e no estrangeiro (Itália Namíbia, Portugal, Suécia, entre outros). 

EMANUEL LIPANGA Nascido em Nangade, Cabo Delgado, em 1967, Emanuel Lipanga estudou na Tanzânia, em Ntwara. Em 1982, Lipanga foi para Dar es Salaam, onde aprendeu com o seu tio o ofício de escultor. Participou da Exposição de Artes da TDM (Telecomunicações de Moçambique), em 2001. além de já ter apresentado o seu trabalho artístico na China, em 2008.

CONTOS DE MOÇAMBIQUE

A série Contos de Moçambique surgiu da colaboração entre a Escola Portuguesa de Moçambique e a Fundació Contes pel Món, de Barcelona, Espanha. A Editora Kapulana fez uma parceria com a Escola Portuguesa de Moçambique para publicar no Brasil a coleção, com o objetivo de apresentar ao leitor brasileiro um pouco da cultura moçambicana. A série é composta por dez volumes de contos da tradição oral de Moçambique. São histórias recontadas por renomados escritores e ilustradas por artistas de diversas expressões, como pintura, desenho, escultura, batique e artesanato.

Para conhecer mais sobre as publicações anteriores, acesse o site da editora: www.kapulana.com.br.

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Últimos dias: Submissão de originais para a Kapulana

A Editora Kapulana está ampliando o seu catálogo para a publicação de autores brasileiros. A linha editorial da Kapulana prioriza obras que tratem de questões marginalizadas, tais como questões raciais, de gênero, de sexualidades e de minorias sociais. Os gêneros e estilos podem ser diversos: romances, contos, crônicas, poemas, biografias, adultos, infantis e juvenis. O envio de originais deverá ser feito via formulário até o dia 31 de março.  Clique aqui e leia o regulamento.

Atualmente, o catálogo da editora é composto por livros de ficção e científicos, para adultos e crianças, em prosa e poesia. Os escritores e colaboradores são de países como Brasil, Angola, Moçambique, Nigéria, Portugal, Quênia e Zimbábue. 

 

Saiba mais: http://www.kapulana.com.br/seja-nosso-autor-aberto/

 

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Ana Mafalda Leite, escritora e pesquisadora, participa de eventos no Brasil

Em fevereiro e março deste ano, a professora da Universidade de Lisboa e escritora portuguesa Ana Mafalda Leite participou de palestras com lançamento de seu novo livro de poemas

Ana Mafalda Leite, pesquisadora, professora, ensaísta e poeta, autora de ensaios e de livros de poesia veio ao nosso país para participar de palestras, cursos e sessões de lançamento de seu mais novo livro: Outras fronteiras: fragmentos de narrativas, da Editora Kapulana.

Em 27 e 28/02/2018, Ana Mafalda Leite participou de ciclo de debates sobre o Cinema da Guiné Bissau e fez palestra com leitura de poemas de seu novo livro, com sessão de autógrafos. O evento foi promovido Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e contou com a presença da curadora Profa. Dra. Carmen Tindó Secco e da Profa. Dra. Rosana M. Weg, diretora da Kapulana.

 Na semana de 5 a 10 de março, a escritora participou de atividades promovidas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (UFRS), como palestras, cursos e, no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, fez o lançamento com sessão de autógrafos de seu livro Outras fronteiras: fragmentos de narrativas. O evento foi promovido pela Escola de Humanidades e organizado pelo Prof. Paulo Ricardo Kralik Angelini.

No dia 13 de março, a escritora Ana Mafalda Leite participou de atividades na sede da Editora Kapulana, em São Paulo, com gravação de entrevista, leitura de trechos de seu novo livro e sessão de fotos.

A Editora Kapulana agradece à estimada escritora Ana Mafalda Leite, por presença no Brasil e por sua disposição e divulgar a literatura em nossa país.

A Kapulana agradece também à organização da URFJ e da PUCRS, pela oportunidade de participar de eventos literários de tanta importância.

Ainda este ano a escritora voltará ao Brasil a convite de outras instituições universitárias quando terá a oportunidade de participar de novas mesas de debate sobre poesia, sempre com o apoio da Kapulana.

São Paulo, 15 de março de 2018.

Saiba mais sobre o livro: https://www.kapulana.com.br/produto/outras-fronteiras-fragmentos-de-narrativas/

Saiba mais sobre a autora Ana Mafalda Leite: https://www.kapulana.com.br/ana-mafalda-leite/

Veja fotos das atividades: https://www.kapulana.com.br/28-02-a-13-03-2018-ana-mafalda-leite-no-brasil/

Assista aos vídeos com a autora

 

 

 

 

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Dia Mundial da Poesia com a Kapulana

Na última quarta-feira (21) comemorou-se o Dia Mundial da Poesia. A data foi criada em 1999, na XXX Conferência Geral da Unesco, com o objetivo de celebrar a leitura e a escrita.

A Kapulana tem o enorme prazer de fazer parte desta celebração com as publicações de obras poéticas de diversas autoras e autores que conduzem os leitores à reflexão da sociedade e os vastos sentimentos do mundo.

A editora selecionou diversos poemas dos livros de seu catálogo para comemorar este dia especial.

 

 
Sangue Negro

de Noémia de Sousa

Súplica

Tirem-nos tudo,
mas deixem-nos a música!

Tirem-nos a terra em que nascemos,
onde crescemos
e onde descobrimos pela primeira vez
que o mundo é assim:
um tabuleiro de xadrez…

Tirem-nos a luz do sol que nos aquece,
a lua lírica do xingombela
nas noites mulatas
da selva moçambicana
(essa lua que nos semeou no coração
a poesia que encontramos a vida)
teirem-nos a palhota – humilde cubata
onde vivemos e amamos,
tirem-nos a machamba que nos dá o pão,
ttrem-nos o calor de lume
(que nos é quase tudo)
– mas não nos tirem a música!

Podem desterrar-nos,
levar-nos
para longes terras,
vender-nos como mercadoria,
acorrentar-nos
à terra, do sol à lua e da lua ao sol,
mas seremos sempre livres
se nos deixarem a música!

Que onde estiver nossa canção
mesmo escravos, senhores seremos;
e mesmo mortos, viveremos,
e no nosso lamento escravo
estará a terra onde nascemos,
a luz do nosso sol,
a lua dos xingombelas,
o calor do lume,
a palhota onde vivemos,
a machamba que nos dá pão!

E tudo será novamente nosso,
ainda que cadeias nos pés
e azorrague no dorso…
E o nosso queixume
será uma libertação
derramada em nosso canto!
– Por isso pedimos,
de joelho pedimos.
Tirem-nos tudo…
mas não nos tirem a vida,
não nos levem a música!

(04/01/1949)

 

 

Mesmos barcos ou poemas de revisitação do corpo

de Sangare Okapi

 

cardume de beijos

Teu corpo tem litoral
e mangal

A brisa, que
da boca escapa
alguma linguagem
marinha

e

oral, me devolve
o cardume de beijos

 

 

Viagem pelo mundo num grão de pólen e outros poemas

de Pedro Pereira Lopes

 

A ilha é um mundo

A ilha é um mundo,
uma bolha de terra
sentada na água

Uma bolha de areia em pilha.
A ilha que brilha
a água que molha.

Sobre o mar como folha
a bolha que é ilha
o vento embrulha.

A bolha que borbulha
a água empilha e molha
a folha que brilha,
a ilha.

 

 

 

Outras fronteiras: fragmentos de narrativas

de Ana Mafalda Leite

 

A lenda da criação

No princípio havia chauta [deus] e a terra parada

um dia um relâmpago imenso desenhou nos céus

a chuva

que trouxe à terra o homem e todos os animais

Pousaram nos planaltos da marávia e da angónia

no topo da montanha de domué

deus, os homens e os animais

as rochas ainda mostram as antigas pegadas, uma cesta uma enxada e um pilão

em harmonia sagrada

 

 

 

Roda das Encarnações

de Sónia Sultuane

A fome, com cara de menino, tocou-me
os pés e o coração. A fome, no corpo faminto
de um bebé inocente,
sem idade ainda para entender
esse karma que carrega
nem para saber que cada vida exige
uma profunda aprendizagem da alma
neste universo
onde milhões de pessoas por vezes
são iludidas, sem se aperceberem
que ela se mascara de várias maneiras
e inúmeras vezes até
com cara de bebé

 

 

 

O cão na margem

de Luís Carlos Patraquim

O olho
intrusivo

o que vês na paisagem
se houvesse

e
dizes a palavra
muda

há uma savana anjo
que te redime

ela
pietá
a invisível árvore

e tu
filho de nada
no seu colo

 

 

de terra, vento e fogo

de Lica Sebastião

Os poemas não revelam tudo
Faltam sempre as metáforas perfeitas
para descrever a tua respiração
entre o sono e o sonho.

As palavras não cabem todas nos dicionários.
Algumas escapam à caçada Académica dos lexicólogos.
E eu que precisava tanto do sinónimo para o teu gesto
a compor-me as tranças, sorrindo…

Os poemas não são tão maravilhosos assim.
Queria que dissipassem a minha fúria quando te censuro
só porque me trazes rosas e não margaridas,
só porque estás inseguro e eu altiva,
só porque não és o Hércules, apenas tu

 

 

Sonho da Lua

de Sílvia Bragança

 

Queria nascer como a Lua

Queria nascer como a Lua
Ao toque do anoitecer
uma bola prateada
rolando… rolando…

segredos escondidos
quantos os tenho eu!

Segredos escondidos
quantos os tenho eu!
À Lua os entrego

Para serem seus
Para serem seus
Para serem seus

Correi, correi para as montanhas
levai tranquila a verdade
que ela perdure
por toda a eternidade

 

 

 

Canções do caos – Vozes brasileiras

de Adriana CecchiAna Júlia BaldiAndrea Lucia Barros e Marcella Barbieri

 

Maçaneta

(Adriana Cecchi)

Acho que escrevi um texto pensando em você
Eu juro, ainda não sei o que isso quer dizer

Comecei a te ver em todos os lugares
Doa mais improváveis até
Ruas, ônibus, shoppings e bares

Pense que coisa louca, até na parede eu vi o seu rosto
Mas nada me abalou mais quando, de repente, da sua boca eu senti o gosto

Por isso, antes que qualquer coisa aconteça
Deixo este bilhete pendurado na sua maçaneta
Peço que leia e não se aborreça

Não tem erro, vocâ vai ver
Passando alguns dias, é certo
irá me esquecer

 

Existência

(Ana Júlia Baldi)

Penso que existo
E a cabeçadós, a alma pesa

Mandaram-me viver
E eu não soube recusar

Agora que já sou eu
Possoser um outro?
Tenho a mim
Mas a mim não desejo

Vivo assim, sendo.
Não sei não ser
Ainda que eu queira
Querer saber não ser

A vida que me deram
Não soube aceitar
Vivo assim, sem a vida
Que todos me esperaram acreditar

 

 

Somente…

(Andrea Lucia Barros)

Somente você
É capaz de mexer na ferida
Que insiste em sangrar
Aberta em meu peito
Deixa à vista o coração
Mostrando todas as veias
Que me fazem
Perder a razão
Enlouquecer em pensar
Que me deixaste
Estenda-me a mão
Mostre-mea esperança
Revele-me teu sorriso
Quebre minhas defesas
Busque o melhor de mim
Encontre o amor
Enfim, pronto para ser…
… Somente seu.

 

 

Ponto final

(Marcela Barbieri)

Qurendo chorar por tudo, mas chora por nada.

Desenvolvendo uma nova personalidade para disfarçar aquela que ninguém quer conhecer.

Contandocada respiração, torcendo para que o ar que vem de fora acalme o caos que está por dentro.

Ouvindo a música como se a melodia fosse capaz de consertar o aperto no peito.

Pensando em como acabar com a ansiedade, sem saber o porquê de ter começado.

 

 

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Kapulana participou da Mostra de Literatura Negra em São Paulo e lançou dois novos volumes da série ‘Contos de Moçambique’

A Editora Kapulana participou, de 16 a 18 de março, da Mostra de Literatura Negra – Ciclo Contínuorealizada na Galeria Olido, centro de São Paulo.

Durante a mostra, aconteceu o lançamento dos volumes 7 e 8 da série de livros infantis Contos de MoçambiqueNa aldeia dos crocodilos, de Adelino Timóteo, e O caçador de ossos, de Carlos dos Santos.  Integram nas páginas das obras as pinturas a óleo de Silva Dunduro e as esculturas maconde de Emanuel Lipanga.

Para apresentar as obras, os artistas Mariana Rhormens e Marcial Macome preparam uma performance por meio de música, representação cênica, manipulação de bonecos e teatro de sombras. O espetáculo ocorreu na Sala Vermelha e contou com um público de diversa faixa etária.

 

A série Contos de Moçambique surgiu da colaboração entre a Escola Portuguesa de Moçambique e a Fundació Contes pel Món, de Barcelona, Espanha. A Editora Kapulana fez uma parceria com a Escola Portuguesa de Moçambique para publicar no Brasil a série, com o objetivo de apresentar ao leitor brasileiro um pouco da cultura moçambicana. Composta por dez volumes de contos da tradição oral de Moçambique, são histórias recontadas por renomados escritores e ilustradas por artistas de diversas expressões, como pintura, desenho, escultura, batique e artesanato. 

São Paulo, 22 de março de 2018.

Veja fotos do eventoKapulana lança “Na Aldeia dos Crocodilos” e “O caçador de ossos”, na Mostra de Literatura Negra, na Galeria Olido, em São Paulo, SP

Saiba mais:

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Literatura colonial: a presença moçambicana, por Rosana M. Weg

“Contudo, apesar da atitude de desconfiança ou de rejeição que gerou, a literatura colonial é um fato consumado.” (NOA, Francisco. Império, mito e miopia: Moçambique como invenção literária. São Paulo: Kapulana, 2015, p. 39.)

Francisco Noa, moçambicano, é Doutor em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa pela Universidade Nova de Lisboa, de Portugal. Ensaísta e professor de Literatura Moçambicana na Universidade Eduardo Mondlane (Maputo, Moçambique), é atualmente Reitor da Universidade Lúrio (UniLúrio), também em Moçambique. Estuda colonialidade, nacionalidade e transnacionalidade literária, a literatura como conhecimento e o diálogo intercultural no Oceano Índico, a partir da literatura. É autor de artigos e livros de análise e crítica literária[i]. Dentre eles, Império, mito e miopia: Moçambique como invenção literária, livro que ora destacamos.

A obra no espaço e no tempo

Sua tese de Doutoramento “Literatura Colonial. Representação e Legitimação – Moçambique como invenção literária, defendida em 2001, deu origem à edição portuguesa de Império, mito e miopia: Moçambique como invenção literária (2002).  Em 2015, a Editora Kapulana publicou a primeira edição brasileira. A grafia foi adaptada para a versão brasileira da língua portuguesa em conformidade com o acordo ortográfico em vigor, com exceção das citações, que tiveram sua grafia original preservada.

O todo e as partes

Na Introdução, o leitor é apresentado ao foco da análise que encontrará pela frente. O autor destaca o caráter multifacetado e problemático do tema que escolheu tratar: a literatura colonial em Moçambique.  No capítulo I, “Literatura colonial: enquadramento teórico e periodológico”, o escritor expõe os conceitos que norteiam sua pesquisa, o contexto em que ela se insere e o objeto de seu trabalho. Nos capítulos seguintes, o grande tema Representação é analisado a partir dos romances elencados, segundo aspectos como a verossimilhança, a representação do espaço, a representação do tempo, figuras, papéis e vozes, culminando com a legitimação do texto frente à crítica.

[…]

Leia o artigo na íntegra em:

Revista de Estudos Avançados. v. 31, no. 89. São Paulo, jan./abr. 2017. p. 465-468.

versão impressa ISSN 0103-4014

versão On-line ISSN 1806-9592: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142017000100465&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

versão em pdf: http://www.scielo.br/pdf/ea/v31n89/0103-4014-ea-31-89-0465.pdf

Saiba mais sobre Francisco Noa: https://www.kapulana.com.br/francisco-noa/

 

Conheça as obras do autor publicadas pela Kapulana

Perto do fragmento, a totalidade: https://www.kapulana.com.br/produto/perto-do-fragmento-a-totalidade-olhares-sobre-a-literatura-e-o-mundo/

Império, mito e miopia, Moçambique como invenção literáriahttps://www.kapulana.com.br/produto/imperio-mito-e-o-miopia-mocambique-como-invencao-literaria/ 

Uns e outros na literatura moçambicana: https://www.kapulana.com.br/produto/uns-e-outros-na-literatura-mocambicana/

Assista abaixo uma entrevista com o escritor:

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Kapulana lança em São Paulo dois volumes da série ‘Contos de Moçambique’

A série, originalmente publicada em Moçambique, apresenta histórias orais recontadas por renomados escritores e ilustradas por artistas de reconhecimento internacional

A Editora Kapulana estará presente na Mostra de Literatura Negra – Ciclo Contínuo, que acontecerá entre os dias 16 e 18 deste mês, com descontos nas vendas dos livros do catálogo. Durante a mostra, será realizado o lançamento dos volumes 7 e 8 da série de livros infantis Contos de Moçambique, que são Na aldeia dos crocodilos, de Adelino Timóteo, e O caçador de ossos, de Carlos dos Santos.  Integram nas páginas das obras as pinturas a óleo de Silva Dunduro e as esculturas maconde de Emanuel Lipanga.

O evento ocorrerá no domingo (18), às 11h00, no Centro Cultural Olido, na Sala Vermelha.  Para apresentar as obras, os artistas Mariana Rhormens e Marcial Macome realizarão uma performance teatral, a partir de música, representação cênica e manipulação de bonecos. O espetáculo é aberto a todo público.

‘O caçador de ossos’, arte de Emanuel Lipanga

OBRAS

Na aldeia dos crocodilos (Vol. 7) –  A aldeia dos crocodilos fica na beira do rio, onde tudo que é semeado, cresce. Lá vivem Mandoguinhas e seu avô Boaventura, que conta ao neto que os crocodilos que ficam na beira das águas não são animais, mas, sim, gente. Quando o avô desaparece, Mandoguinhas tem que desvendar o mistério dos crocodilos.

O caçador de ossos (Vol. 8) – Sinaportar era um grande caçador, porém, se negava a caçar em grupo; ia sempre à caça apenas com seus cachorros. O que ninguém sabe é que ele depende dos cães para abater qualquer animal. Quando os cães passam a se negar a caçar, Sinaportar deve resolver esse problema antes que o seu segredo seja revelado.

 

‘Na aldeia dos crocodilos’, arte de Silva Dunduro

A série Contos de Moçambique surgiu da colaboração entre a Escola Portuguesa de Moçambique e a Fundació Contes pel Món, de Barcelona, Espanha. A Editora Kapulana fez uma parceria com a Escola Portuguesa de Moçambique para publicar no Brasil a série, com o objetivo de apresentar ao leitor brasileiro um pouco da cultura moçambicana. Composta por dez volumes de contos da tradição oral de Moçambique, são histórias recontadas por renomados escritores e ilustradas por artistas de diversas expressões, como pintura, desenho, escultura, batique e artesanato. 

Para conhecer mais sobre as publicações anteriores, acesse o site da editora: www.kapulana.com.br.

 

‘O caçador de ossos’, arte de Emanuel Lipanga

 

ARTISTAS

MARIANA RHORMENS – é atriz graduada em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, doutoranda e mestra no Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena na UNICAMP com o projeto intitulado “Um olhar sobre as máscaras de Mapiko: apropriação técnica, simbólica e criativa da máscara”, com orientação de Matteo Bonfitto Júnior. Com a Kapulana, Mariana participou de diversas apresentações, como no lançamento de O rei mocho, de Ungulani Ba Ka Khosa e nas contações das obras O caso de Pedro e Inês(quecível) até o fim do mundo, de Francisco Maciel Silveira, e das performances literárias das obras A triste história de Barcolino, Mesmos barcos e Orgia dos loucos.

MARCIAL MACOME – Ator e jornalista moçambicano, concluiu licenciatura em teatro na Escola de Comunicação e Arte, da Universidade Eduardo Mondlane. Com vasta carreira teatral, Macome encenou o livro O gato e o escuro, de Mia Couto, e as peça Naque ou o de actores e piolhos, de Sanchis Sinisterra, A mãe, de Bertolt Brecht, Antígona, de Sofocles, entre outras.  Escreveu e encenou lobolo do Cadaver, em 2016. Macome é membro fundador da ASSITEJ – Moçambique (Associação internacional de Teatro para jovens e Adolescentes), também trabalha como diretor de dança.

Mariana Rhormens e Marcial Macome

 

Lançamento dos livros ‘Na aldeia dos crocodilos, de Adelino Timóteo, e ‘O caçador de ossos’, de Carlos dos Santos.

Data: domingo, 18 de março

Hora: das 11:00 às 12:00

Local: Centro Cultural Olido – Sala Vermelha (Av. São João, 473. São Paulo, SP)

‘Na aldeia dos crocodilos’, arte de Silva Dunduro
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Um clássico moçambicano de volta ao Brasil – por Jorge Vicente Valentim

É sempre com alegria e satisfação, quando me deparo com edições brasileiras de autores de língua portuguesa de outros países, sobretudo, se estes se encontram praticamente fora de alcance das mãos e do alcance dos leitores. Por isso, falar desta nova edição da Editora Kapulana de um dos textos mais paradigmáticos da literatura moçambicana, para mim, constitui um prazer inestimável.

Obra de visita obrigatória para aqueles que se dedicam ao estudo das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa (e faço, aqui, uma ressalva importante, talvez a única à presente edição, porque estamos lidando com sistemas literários distintos e, por isso, é urgente que o plural seja respeitado e usado: literaturas africanas), o texto de Luís Bernardo Honwana possui uma riqueza tão singular, que ele pode também ser acessado por leitores menos acostumados aos universos culturais dos países do continente sem qualquer tipo de prejuízo à mensagem e à compreensão dos elementos essenciais para sua absorção.

Publicado pela primeira vez em 1964, sob a chancela da Sociedade de Imprensa de Moçambique, Nós matamos o Cão Tinhoso! constitui um daqueles autênticos casos de um texto clássico, naquele mesmo sentido empregado pelo ensaísta italiano Ítalo Calvino. E se chamo a obra de Honwana assim é porque compreendo, agora, a sua releitura como uma “leitura de descoberta como a primeira”, exatamente porque se trata de um “livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer” (CALVINO, 2004, p. 11). E já chego a este ponto para justificar a minha afirmação.

Ao lado de outros textos contemporâneos seus – como Luuanda (1963), do angolano Luandino Vieira, e O galo que cantou na baía (1959), do cabo-verdiano Manuel Lopes –, a coletânea do escritor moçambicano faz parte de um elenco ficcional de toda uma geração singular e sensível de escritores que conseguiram representar os aspectos culturais mais distintos dos seus países, sem perder de vista uma intensa e crítica (e diria até, em alguns momentos, ácida) visão do cenário político, econômico e social dos seus espaços de origem e pertença. Vale lembrar, neste sentido, que o título de Honwana, anos depois de sua publicação em Moçambique, ganhou, em 1969, uma tradução inglesa (de Dorothy Guedes), sob a chancela da renomada editora Heinneman, num momento em que a guerra de libertação recrudescia no território moçambicano e a luta contra o domínio colonial aumentava o clima de tensão nos espaços ocupados por Portugal. Não à toa, portanto, que esta mesma obra ganha, em 2017, uma merecida reedição brasileira, com novas cores, novos desenhos e nova configuração.

Mas em que esta nova publicação se diferencia de sua primeira versão brasileira, de 1980, na antiga (e saudosa!) coleção “Autores Africanos”, da Editora Ática? Com um projeto gráfico e uma capa, assinados por Amanda de Azevedo e Mariana Fujisawa, a obra de Honwana rapidamente cativa o leitor pelo seu primeiro impacto visual, repetido, aliás, num singelo marcador de livros, com as mesmas imagens. E, ainda, importante é a composição bem estruturada desta nova publicação, com os textos originais da 1ª edição mais a inclusão de um inédito do autor (“Rosita, até morrer”) num índice muito bem distribuído, não deixando o leitor, portanto, sem saber o conteúdo formador da obra (como ocorre, por exemplo, com aquela versão anterior acima referida), além de mostrar que o autor ainda se encontra em plena produtividade.

Para além destes pormenores, há uma rica informação editorial do histórico da obra de Honwana, acompanhada de uma esclarecedora nota biobibliográfica e um posfácio muito didático e ilustrativo (“A visão do colonialismo pelos olhos de Luís Bernardo Honwana”), assinado por Vima Lima Rossi Martin, Professora Doutora da FFLCH/USP.

Muitos, porém, devem estar se perguntando, já aqui, por quais razões chamei eu a obra de “clássico”? Certamente pelos dados acima, claro, mas também porque se trata de uma coletânea de contos onde assuntos variados, flagrantes naquele Moçambique dos anos de 1960, são oferecidos abertamente ao leitor. Sem querer roubar o prazer da descoberta para aqueles que vão se debruçar pela primeira vez (até porque o lúcido prefácio de Vima Lia esclarece alguns pormenores, conto a conto), menciono, muito sucintamente, alguns destes eixos temáticos privilegiados na obra em questão: as experiências infantis e familiares narradas pela perspectiva de jovens personagens, as injustiças e as fraturas sociais, políticas e econômicas do universo colonial e as dimensões multifacetadas da violência sobre sujeitos subalternizados, são alguns dos elementos recorrentes em Nós matamos o Cão Tinhoso!, de Luís Bernardo Honwana.

Mas, se chamei, no início desta resenha, de “clássico” das literaturas africanas e, muito particularmente, da literatura moçambicana, não será demasiado relembrar as recomendações de Ítalo Calvino, em Por que ler os clássicos?, ao sublinhar que estes “são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram” (CALVINO, 2004, p. 11).

Assim também se sucede com Nós matamos o Cão Tinhoso!, de Luís Bernardo Honwana. Se a edição atual da Kapulana retoma (e, em muitos sentidos, revigora de forma mais positiva e acessível) aquela primeira versão brasileira, o texto per se também opera este procedimento. Objeto de estudo de nomes consagrados dos estudos literários africanos, o escritor moçambicano possui leitores competentes, todos eles, é claro, muito anteriores a esta minha breve e despretensiosa leitura. Mas, de todas, quero destacar aqui, talvez, aquela que considero uma das melhores (se não a melhor) e mais refinadas leituras do texto de Honwana (sem querer, é claro desmerecer qualquer um dos nomes da fortuna crítica, em virtude do importante trabalho de recuperação da obra do escritor moçambicano, pois se trata de uma opinião puramente pessoal e particular!). Refiro-me ao “clássico” ensaio da Profa. Dra. Inocência Mata, num texto seu de 1985, republicado em 1992 e 1994, intitulado “O espaço social e o intertexto do imaginário em Nós matamos o cão tinhoso”.

E a minha escolha dá-se por uma razão muito simples. Foi o ensaio que li, logo após o impacto da leitura dos contos de Luís Bernardo Honwana. Nele, Inocência Mata supera as observações recorrentes, que sempre esbarram nas questões de lutas de classe no contexto colonial, e observa de maneira muito sensível e pontual os embates do regime da intolerância, bem como a pertinência da função social dos espaços, o tema do olhar, os estigmas da cor e do gênero, a “eficácia simbólica das constelações míticas” e, sobretudo, aquilo que singulariza o conto que dá nome à coletânea de Honwana, a “consciencialização das diferenças” e “o discurso reiterativo dessa diferença (a cor dos olhos azuis, como a pedir qualquer coisa sem querer dizer, a pele velha e cheia de cicatrizes, a loucura)” (MATA, 1994, p. 111).

Esta, talvez, seja uma das lições deixadas pela obra do escritor moçambicano, que supera qualquer barreira do tempo e de localização espacial, e, nunca cessa de dizer aquilo que nela está registrado. Agora, essa possibilidade de ler e reler o texto encontra-se ao alcance do leitor brasileiro, graças à feliz iniciativa da Editora Kapulana. Num momento em que cresce uma onda de intolerância e de discursos violentos contra as diferenças (de cor, raça, religião e sexualidades), Nós matamos o Cão Tinhoso! não poderia chegar em hora melhor para sensibilizar o leitor, justamente, para aquela “consciencialização das diferenças”. Afinal, não são estas que enriquecem o nosso cotidiano e que, inegavelmente, também fazem parte das raízes de nossa formação identitária?

Por essas razões, no meu entender, o texto de Luís Bernardo Honwana pode, sim, ser considerado um “clássico”. Afinal, ele não nos deixa lições inestimáveis, tão adequadas àquele contexto de um Moçambique dos anos de 1960, mas também igualmente indispensáveis para nós, sujeitos pensantes do/no século XXI? Recebamos, pois, com alegria, satisfação e sensibilidade, esta nova edição deste “clássico”, Nós matamos o Cão Tinhoso! (1964-2017), sob a chancela da Kapulana. E que venham mais. O leitor brasileiro, com certeza, agradece.

São Carlos, fevereiro de 2018.

Prof. Dr. Jorge Vicente Valentim
Professor Associado de Literaturas de Língua Portuguesa (Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e Literatura Portuguesa) / Departamento de Letras da UFSCar
Coordenador do GELPA (Grupo de Estudos Literários Portugueses e Africanos) / UFSCar http://lattes.cnpq.br/4427303771174064

Referências bibliográficas:

CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. Tradução: Nilson Moulin. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

HONWANA, Luís Bernardo. Nós matamos o cão tinhoso!. São Paulo: Kapulana, 2017.

MATA, Inocência. “O espaço social e o intertexto do imaginário em Nós matamos o cão tinhoso”. In: Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994.

Citar como:
VALENTIM, Jorge Vicente. “
Um clássico moçambicano de volta ao Brasil”. Disponível em: https://www.kapulana.com.br/artigos/

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Orgia dos loucos, de Ungulani Ba Ka Khosa

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